Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

diálogo inter-religioso em Maringá

Maringá avança rumo ao diálogo inter-religioso
 

Pastor vai integrar grupo de diálogo

Jornal: Diário de Maringá Por Edna Mendes - Foto: Walter Fernandes

Com a experiência de ter participado de grupos de discussão em Santa Catarina e São Paulo, o Pastor Robert Stephen Newmun aguarda com entusiasmo a possibilidade de dialogar com líderes de outras religiões de Maringá.

O pastor da Igreja Metodista vai integrar o grupo de diálogo inter-religioso que está sendo formado na cidade, reunindo representantes do cristianismo, budismo, islamismo e ainda lideranças de cultos afro-brasileiros.

"Acredito que esse será um grupo de fomento para ações concretas. Espero que não nos limitemos ao debate teórico", disse.

Newmun admite que as comunidades evangélicas têm pouca abertura para diálogos com outras denominações religiosas. E mesmo não se considerarando o representante das igrejas evangélicas no grupo, o pastor avalia a iniciativa como uma oportunidade para que os debates sobre os problemas sociais sejam colocados em prática, através de projetos e programas apoiados pelo grupo.

O pastor vê a intolerância religiosa como uma das principais causas das diferenças sociais e culturais. "E os grupos de diálogo inter-religioso podem fazer muito para derrubar esses preconceitos, que só disseminam o ódio entre crenças diferentes. Sabemos que haverá opiniões divergentes no nosso grupo, mas vamos ter a oportunidade de chegar a um consenso para curar algumas das enfermidades da nossa sociedade", disse.

Newmun afirma que vê com preocupação a proliferação de igrejas evangélicas e acredita que algumas denominações ainda não estão preparadas para o diálogo. "Não são todas, mas a grande parte das igrejas evangélicas não está pronta para isso. Falta diálogo até mesmo entre os seguidores, assim como falta conscientização da importância do diálogo com outras religiões", reconhece.

O primeiro encontro do grupo está agendado para o dia 7 de março. Nessa reunião, os líderes religiosos vão trocar idéias, debater propostas e sugerir uma linha de ação em conjunto. Além da presença do pastor Newmun, estão confirmadas as participações do arcebispo de Maringá, dom Anuar Batistti, do xeique Mohamed Elgasim Abbaker-Al Ruheidy, do monge Eduardo Sasaki, da representante do candomblé Maria de Lourdes Nascimento e de Oscarina Venâncio Martins, representante da umbanda.

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Xeque destaca alegria do país

O xeque Mohamed Elgasim Abbaker - Al Ruheidy, da Mesquita Muçulmana de Maringá, confirmou presença no encontro inter-religioso que vai reunir várias lideranças da cidade no próximo dia 7.

Vindo do Sudão, Al Ruheidy está há 11 anos em Maringá. A cidade conta com 500 muçulmanos, segundo cálculos do xeque. O religioso explica que no Brasil a relação com outras denominações é harmônica e que por isso não perderá a oportunidade de conversar com outros líderes religiosos.

Uma das características do Brasil que chamou a atenção do xeique é o bom-humor do povo. "Até chegar ao Brasil foram 18 horas de vôo, com escalas em vários aeroportos. Só ganhei um sorriso quando cheguei aqui", conta.

Esta será a terceira vez que Al Ruheidy participa em Maringá de um encontro com outras religiões. O xeque fala pouco a língua portuguesa. Todas as orações feitas na mesquita são em árabe -- uma das bases da fé islâmica é a oração cinco vezes ao dia.

O livro dos muçulmanos é o Corão, que conta com 114 capítulos, chamados de suras. Para os islâmicos, só existe um Deus, Alá, cuja palavra está reproduzida no Corão. A tradição diz que o Corão foi ditado pelo anjo Gabriel a Maomé.

Conforme crença, Alá é onisciente, onipresente, onipotente e não possui forma nem sexo. Ainda de acordo com a religião, Alá não pode ser visto nem ouvido e a única forma do homem chegar próximo a Deus pela oração.

Uma das diferenças para as religiões cristãs é que Jesus Cristo, segundo o islã, é um dos profetas de Alá. O último deles foi Maomé, que teve a responsabilidade de mostrar a vontade de Deus ao mundo pelo Corão. Segundo o livro sagrado dos muçulmanos, o último profeta não precisou fazer milagres para conquistar os fiéis. Maomé é reverenciado pelos islâmicos, mas não é adorado.

Além da presença do xeque Mohamed Elgasim Abbaker-Al Ruheidy, estão confirmadas as participações do arcebispo de Maringá, dom Anuar Batistti, do pastor Robert Newnum, do monge Eduardo Sasaki, da representante do candomblé Maria de Lourdes Nascimento e de Oscarina Venâncio Martins, representante da umbanda. Líderes do Ba´hai também vão participar da reunião do dia 7 de março.

O Diário de Maringá - 17/02/07

Artigo: Walter Fernandes
Foto: Fábio Linjard
 
Informou: blog Metodistas & Ecumênic@s

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