Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Desarme agora

 

Amadas irmãs e irmãos,

 

"Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram"

                                                                                             (Salmo 85:10)

 

As/os saudamos em nome de nosso Senhor Jesus!

 

Estamos escrevendo a partir da 62ª Conferência Anual do Departamento de Informação Pública das Nações Unidas e das Organizações Não Governamentais (DIP/ONG) - DESARME AGORA! TRABALHEMOS PELA PAZ E O DESENVOLVIMENTO.

 

A 62ª Conferência foi realizada no Edifício da Secretaria das Relações Exteriores do governo do México, nos dias 9 a 11 de setembro na cidade do México, DF. Participaram cerca de 1300 pessoas representando mais de 340 organizações provenientes de mais de 55 países.

 

Comunicamos que damos graças a Deus por haver participado deste evento. É muito importante nos relacionarmos com pessoas a nível mundial e conhecer os objetivos e a problemática do desarmamento nuclear e das armas de destruição em massa, desarmamento de armas pequenas e dos tratados internacionais para comprometer os governos a ações concretas que assegurem a segurança humana e os desafios que implicam a educação pela paz.

 

Nós participamos deste evento graças à oportunidade que nos foi oferecida pela Federação Mundial de Mulheres Metodistas e Igrejas Unidas, que é parte da comunidade de organizações não governamentais ativas nas Nações Unidas. Em uma ação conjunta com a Iniciativa Missionária Regional da Divisão de Mulheres na América Latina - Sabedoria e Testemunho, representamos a Federação Mundial nesta Conferência.

 

Agora é tempo de ação concreta! Ainda que os gastos militares e a produção de armas aumentem dia a dia alcançando mais de 1 trilhão de dólares, o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (1968)  segue como um apelo contundente aos Estados para  executar e negociar uma convenção para o Desarme Nuclear total e agora. A Conferência é uma oportunidade para a sociedade civil aumentar sua consciência e sua ação para deter a indústria de armas mundial. Com esta chamada, o Secretário Geral das Nações Unidas Ban Ki-Moon, na seção de abertura, nos convocou a integrar sua Campanha global pelo Desarmamento agora, que culmina com o Dia Internacional pela Paz, 21 de setembro de 2009. Inspiradas e desafiadas começamos nossa jornada na Conferência.

 

As mesas redondas e as oficinas na Conferência nos apresentaram diversas perspectivas e testemunhos pessoais sobre o tema. Gostaríamos de comentar alguns pontos que nos impactaram.

 

  • As armas nucleares de destruição em massa são imorais! São um obstáculo à paz e ao desenvolvimento global. É lamentável conhecer as estatísticas e os valores de armas de destruição em massa e ver que no século XXI ainda continuam fazendo experiências nucleares mesmo conhecendo os efeitos tão daninhos e irreversíveis como os causados em Hiroshima e Nagasaky. Alguns países investem quantidades estratosféricas de dinheiro na fabricação de armas nucleares enquanto há pessoas vivendo com 2 dólares por dia. Ao escutar isso nos fez pensar em tudo que poderíamos fazer pelo bem da humanidade se esses bilhões de dólares que se investem na fabricação de armamentos, fossem usados em alimentação, educação, moradia e saúde. As nações do mundo gastam mais de 40% em segurança nacional. É necessária a mudança da militarização como chave para a segurança nacional para o desenvolvimento humano como chave para a segurança humana global. Mercados produtivos e eqüitativos, marcos democráticos efetivos e coerentes, e uma educação de qualidade são indispensáveis para erradicar a violência e  para o desarmamento.

 

  • O principal cenário de insegurança para as mulheres é a casa. As armas pequenas e ligeiras tem sido usadas diariamente contra a mulheres seja no feminicídio nas ruas da cidade Juarez, México, ou em nossas casas por toda a América Latina. O comércio fronteiriço com os países fabricantes de armas propicia o tráfico ilícito destas armas gerando uma cadeia sem fim de crimes e violência, incluindo violência de gênero.

 

  • A vida e a integridade das mulheres e dos meninos e meninas parecem como presentes de guerra; porque são reduzidas a objetos sexuais, e violentadas seja como produto da militarização, da guerrilha, das forças de ordem ou dos crimes organizados. O crime organizado se manifesta com grande força na América Latina. Existem estudos que demonstram que o narcotráfico e negócios com mulheres e meninas produzem 40% do PIB na região. Mais de cinco milhões de mulheres e meninas tem sido traficadas na América Latina e dez milhões estão em risco de sê-lo. Os mecanismos jurídicos e de proteção das mulheres tem que ser utilizados para dar fim à impunidade que termina por colocar a vida de mulheres e meninas em perigo. As redes sociais de empoderamento das mulheres, entre as quais nós nos encontramos, tem que conter e eliminar a violência de gênero.

 

  • Nos impactou também os testemunhos pessoais de homens e mulheres envolvidos em projetos de educação para a paz. Desde a Ásia, África e América Latina nos chegam informações de iniciativas desafiadoras. Educação para a paz é a chave para o Desarmamento agora! Nos dizem estas pessoas, que falam desde a realidade dos excluídos do desenvolvimento humano que vivem a violência simbólica e estrutural de nossas sociedades. As vítimas e os vitimadores podem ser protagonistas de mudanças reais desde que haja oportunidades e respeito pelos direitos humanos. A força interior para seguir adiante e a oportunidade na vida geram esperança e transformação concreta. Rosa Anaya de Pedra nos emocionou com sua estratégia de ação pelos direitos humanos junto ao sistema carcerário juvenil em El Salvador:"Ter muitíssima paciência e ser amantes das causas perdidas".

 

Tem sido muito importante saber que os governos e as organizações da sociedade civil, incluindo as igrejas, estão criando uma força social para aproveitar as oportunidades de impulsionar a todos pela paz. Desde nossa participação na Conferência queremos compartilhar e sugerir:

 

·        Instar os governos a um compromisso de segurança humana global pelo desarmamento nuclear e das armas pequenas e ligeiras, através de negociações de Tratados e Convenções Internacionais e políticas públicas nacionais;

 

·        Dar a conhecer o Documento da 62ª Conferência; Desarmamento agora pela paz e desenvolvimento! (veja http://www.un.org/dpi/ngosection/conference/)

 

·        Celebrar o Dia Internacional pela Paz em 21 de setembro; o Dia Internacional para um Mundo Livre de Armas Nucleares em 27 de outubro; e o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher em 25 de novembro.

 

·        Estabelecer um compromisso pela paz dentro da sociedade e da Igreja;

 

·        Educar a juventude e as crianças para a paz;

 

·        Promover intercâmbios culturais para valorizar e respeitar as diferenças;

 

·        Proporcionar uma educação de qualidade desde a perspectiva de gênero, que seja capaz de gerar homens e mulheres honestos e comprometidos com a paz;

 

·        Buscar formas e estratégias para implementar as Metas do Milênio, em especial as metas de educação universal e igualdade entre os gêneros;

 

·        Realizar projetos de desenvolvimento com mulheres e jovens desde o nível local até o internacional;

 

Sentimos que como pessoas convencidas pela nossa fé e amor a Deus devemos por nosso grão de areia para contribuir com o chamado: Desarme Agora! Lançado pelo Secretário Geral da ONU sendo influentes nos lugares onde Deus nos tenha colocado.

 

Muitas bênçãos e a paz de Cristo,

 

Edith Atonal Gutiérrez - Presidente da Unidade México da Federação das Sociedades Missionárias Femininas da Igreja Metodista do México.

Esther Estrada de Cobos - Presidente da Federação Norcentral das Sociedades Missionárias Femininas da Igreja do México

Maria de los Ángeles Martinez de López - Presidente da Federação Septentrional das Sociedades Missionárias Femininas da Igreja do México.

Revda, Rosângela S. Oliveira - Missionária Regional, Coordenadora de Sabedoria e Testemunho.


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