Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 09/12/2011
Depoimentos sobre experiência vivenciada no Quilombo Ivaporunduva
Diversas famílias quilombolas estão em trabalho de colheita das lavouras de feijão e, como é a vida no campo, esse é um período quase sagrado para agricultores/as de todos os povos em todos os tempos. Afinal, a agricultura trabalha com o cuidar da reprodução e da alimentação para a Vida. E poderia haver trabalho mais lindo e sagrado?
No entanto, muitas famílias quilombolas, há alguns meses atrás, perderam praticamente tudo com a enchente do Rio Ribeira, inclusive suas sementes de feijão. Então, como semear e garantir a alimentação para a Vida?
"Pessoas" amigas sensibilizadas pela tragédia da enchente, a qual tantos danos trouxe às famílias quilombolas, doaram dezenas de quilos de feijão para garantir a alimentação das famílias. No entanto, as famílias quilombolas utilizaram uma parte dos feijões para a alimentação e outra parte para o plantio, na esperança que o clima ajudasse e que não mais ocorressem desgraças naturais.
O milagre da Vida aconteceu outra vez e cada semente de feijão gerou uma planta que produzir várias dezenas de feijões.
Hoje, as famílias estão colhendo o resultado de seus plantios e da esperança. Cada quilo de feijão semeado, produz outros 40-50 quilos ou até mais após três meses. E dessa forma, está garantido o feijão para toda as famílias para praticamente para o resto do ano.
Assim, parabéns pela iniciativa solidária da doação do feijão, pela semeadura da esperança e pela rede do bem que criamos.
Afinal, como questiona um velho ditado africano: porque tanta ganância e ansiedade de vencermos uns aos outros se, em caravana (no deserto), caminhamos juntos?
Silas Cezar da Silva