Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

d. Laura Baena

No dia 22 de julho, na cidade de Curitiba encerrava o ciclo de vida terrena de Laura Pereira de Souza Baena, Dona Laura, como era conhecida por todos. Professora aposentada, Dona Laura era considerada figura importante para Santo Antônio da Platina, ela fez parte da história do município.

Chegou em Santo Antônio da Platina em 1955 e não imaginava que pudesse fazer tanto pela comunidade local. Sendo eleita cidadã honorária de Santo Antônio da Platina em 31 de outubro de 1983, pelos grandes feitos em prol da comunidade platinense.

Com o objetivo de ajudar pessoas que não tiveram oportunidades de estudar, Laura Baena, criou em 1962 os núcleos de alfabetização de adultos.

Durante suas visitas, passou a presenciar as dificuldades da comunidade carente, especialmente das crianças. Comovida com a situação, Laura resolveu fundar a Casa da Criança, o projeto Recanto Feliz, instituição mantida até hoje pela Igreja Metodista.

Inaugurada em 2 de novembro de 1962, a instituição chegou a atender até 140 crianças de uma só vez, no regime de internato. Com o passar dos anos e da mudança da Lei, a Casa da Criança Recanto Feliz passou a gerir em regime de semi-internato, mas nunca deixou de atender as crianças.

Para manter a casa, Laura Baena contava com a ajuda da sociedade, que auxiliava através de doações. A Oficina Mirim, que funcionava na própria casa, também era uma forma de geração de renda para a instituição. As crianças desenvolviam atividades artesanais e as mercadorias eram vendidas para ajudar a manter a instituição.

Apesar do grande sucesso da Casa da Criança, dona Laura não estava satisfeita e queria auxiliar ainda mais a comunidade. Desta forma, em 1975 fundou a Creche Municipal. Mesmo se dividindo entre os trabalhos na creche e da casa, dona Laura ainda encontrava tempo para trabalhar como voluntária no projeto SOS.

Um outro projeto de sucesso de Laura Baena foi a criação do Centro de Estudo do Menor e Integração Comunitária. O centro estimulava a ida à escola, evitando desta forma a evasão escolar, uma vez que só participavam do projeto as crianças que freqüentavam as escolas. Durante o período em que permaneciam na instituição, as crianças desenvolviam atividades como jardinagem, cuidados com a horta municipal e engraxate. Toda a semana, os valores arrecadados com as atividades desenvolvidas eram distribuídos às crianças.

A casa lar e creche existem até hoje e, desde de sua fundação já passaram por lá centenas de crianças. Mesmo não estando ativamente na frente das instituições Laura Baena atuava como voluntária, através de doações. Ela tinha saudades dos tempos da Casa da Criança, e acreditava que seu trabalho havia contribuído de alguma maneira para a evolução de todos que por ali passaram. Hoje a população platinense é quem sente saudades, dessa personalidade que cativou, trabalhou da melhor forma possível para que gerações fossem transformadas através do amor e do carinho que transmitia quando conversava com os mais novos, amor este que incentivava aqueles que sequer tinham uma esperança de vida, de um futuro promissor. À família de Laura Baena, nossos sentimentos de consolo e conforto .

Kalinka Amorim, de Santo Antônio da Platina


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