Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

culto de comissionamento

Da esquerda para a direita: Eduardo Maia, Cláudia Maia, Lourdes Magalhães e Maísa de Oliveira

No dia 14 de fevereiro, a Igreja Metodista de Vila Mariana, São Paulo, abriu suas portas para um culto muito especial. Poucas vezes um culto metodista reuniu tantas lideranças eclesiásticas: Colégio Episcopal, Secretária para Vida e Missão da Igreja, representantes da Coordenação Geral de Ação Missionária (Cogeam), professores da Faculdade de Teologia... O motivo dessa reunião inusitada foi agradecer e interceder pela vida de apenas quatro pessoas - que poderão mudar a vida de muitas outras... Nesse dia ocorreu o Culto de Comissionamento das pastoras Lourdes Teixeira Magalhães, que assumirá o ministério brasileiro em New Jersey, nos Estados Unidos; Maísa Gomes de Oliveira, missionária em Moçambique, e também do casal de missionários leigos Eduardo Maia, médico cirurgião, e sua esposa Cláudia Peres Costa Maia, bióloga e educadora, que atuarão também em Moçambique, no Hospital Rural de Chicuque.

A palavra de edificação foi proferida pela bispa Marisa Freitas Coutinho, que falou sobre o versículo 4 do capítulo 11 de Eclesiastes: "Quem somente observa o vento nunca semeará e o que olha para as nuvens nunca segará". Lembrando da aflição de sua própria mãe, ao receber a notícia de que a filha preparava-se para a carreira pastoral, a nordestina Marisa destacou que não é fácil sair de casa para um lugar e cultura totalmente diferentes. "Se aqui, onde falamos a mesma língua, é difícil, imagina em outro país! E não é que esses meninos vão se arrancar daqui e vão para tão longe?!"

Contudo, ela lembrou também que cremos em um Deus que age na história e usa as nossas mãos como suas. A Carta Pastoral Testemunhar a Graça e fazer Discípulos e Discípulas afirma que um dos primeiros sinais da ação de Deus relatados pelo texto bíblico é o chamado de Noé. Por intermédio de Noé e sua família nações inteiras foram abençoadas.. Da mesma maneira, na África e nos Estados Unidos, muitas vidas podem ser transformadas pela ação destas missionárias e deste missionário.

Ela conta que pouco antes do Concílio que a consagrou ao ministério episcopal da Igreja Metodista, em 2001, ela se perguntava se estaria sendo eleita apenas a Igreja queria ter uma mulher no Colégio Episcopal. Mas, ela estaria realmente preparada para a função? Preocupada, ela consultou um amigo e conselheiro, o pastor Antônio Elias. Com a simplicidade de quem já havia atingido 84 anos de sabedoria, o pastor (falecido no ano passado) disse-lhe: "Se a gente errar Deus conserta lá na frente". A certeza de que ela se dispunha à missão amparada por Deus tranqüilizou seu coração.

Fácil não é, alertou a bispa presidente da Região Missionária do Nordeste. "Muitas vezes, na missão, o grito que a gente tem é o grito do silêncio. Ninguém nos ouve. Mas quando a gente vê o milagre de Deus na vida das pessoas, é isso que faz toda a diferença. A gente aprende a conviver com um Deus vivo, que nos ouve e responde", disse. Como nos fala o autor de Eclesiastes, nós não sabemos como virá o vento e a chuva, mas não podemos ficar apenas observando, é necessário confiar e plantar a semente.

   

O testemunho de Mariluse Helena Maia (à esquerda, de pé), esposa do bispo Adriel de Souza Maia e mãe do missionário Eduardo, confirmou as palavras da pregação. Quando Eduardo se formou, ele se dispôs a doar três anos de sua vida à missão. Mas quando essa oportunidade surgiu e começou a se concretizar, ela mal conseguia acreditar: "não é possível que ele vai largar tudo e vai pra África!"Mas a viagem tornou-se uma realidade e seu filho e nora agiram com muita firmeza e determinação.

"A resposta de Deus está na paz que a gente sente no coração. Eu não estou preocupada. Eles vão ser tremendamente abençoados e vão abençoar muita gente. Quero dizer que estaremos aqui orando e sustentando, mas quem estará cuidando é Deus. Nosso Deus é um Deus fiel".

Rev. Nadir Cristiano, que

atuou como missionário em

Moçambique, falou das

dificuldades que enfrentou e

das bênçãos que recebeu.

Ao final do culto, os bispos

e a bispa oraram pela vida das

missionárias e

do missionário que

enfrentam

esse desafio de fé.

 

Suzel Tunes

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