Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Crônica Dia do Pastor e da Pastora
Eu não conhecia Rubem Alves. Não sei por onde andei, mas ainda não tinha me deparado com este escritor.
Foi o Pastor Pedro quem me apresentou para ele. Numa reunião da Sociedade de Mulheres, o Pastor leu o trecho de uma crônica que falava de um pé de rosmaninho. E, enquanto eu ouvia, eu me encantava com as palavras.
Eu não sabia quem tinha escrito ou de onde o pastor tinha extraído o pequeno trecho...
Pensei: "Depois vou perguntar...".
O "depois" vocês já sabem... Esqueci! Mas não esqueci das palavras, do encanto...
Numa outra oportunidade, eu conversava com o Pastor, e me lembrei. Perguntei onde ele tinha lido o texto, de onde era.
E ele me falou de Rubem Alves...
Daí busquei textos na Internet. Li vários.
O Pastor nem sabe disso, mas xeretei nos seus livros, lá no gabinete, e encontrei um. Fiquei lendo enquanto aguardava as chegada das irmãs "sempre tão pontuais". E depois, devolvi, no mesmo lugarzinho, bem devagarinho...
Claro que sei que o Pastor nem ia ligar mesmo...
Então, outro dia, estava indo para o Culto da Família, na casa da Sergi. Bem no meio do caminho, da calçada dela, tem uma livraria... Fui lá... "Vocês tem algum livro do Rubem Alves?" "Temos sim, me respondeu um rapaz".
E me encheu os olhos quando ele me mostrou vários... Queria ler tudo ali mesmo!
Mas ele não ia deixar, né?
Comprei um... "Um céu numa flor silvestre" (A beleza em todas as coisas)...
Mas é tão lindo... Tão lindo...
Então, tem uma crônica, a segunda "Pedras de Moinho". Até queria enviar para meus amigos, mas não encontrei na Internet... Pena...
Mas vou copiar um trecho, que fez imediatamente minha imaginação criar asas e voar bem alto...
"(...) Cada vez mais me convenço de que Jesus estava certo, quando vejo o que fazem aqueles que se dizem entendedores da Palavra de Deus. Pois está dito lá na Bíblia, com todas as letras, que coisa mais sagrada que a criança não existe e que é preciso voltar a ser criança para entrar no Reino. Mas quem acredita? Os ouvidos dos religiosos não combinam com a boca de Deus. Se acreditassem, a gente veria o papa não na sacada do palácio com cara de piedade, mas correndo morro abaixo, empinando pipa e dando risada. E os bispos fariam competições de pião e jogariam peteca. Os pastores evangélicos, que se dizem o avesso da Igreja católica, são iguaizinhos. Tentam até ser mais sérios e graves, de terno escuro, paletó abotoado, gravata e voz solene. Nunca os vi jogando bolinha de gude ". Essas são coisas de criança ", eles me contestam em coro ecumênico. Concordo. São coisas de criança mesmo, e é justamente por isso que deveriam fazê-las, se é que têm pretensões de entrar nos céus, que é um enorme parque de diversões, onde adulto não pode entrar. Mas, como eu disse, eles ouvem, ouvem, e não entendem (...)".
Ah!
Ele tem razão em muitos pontos...
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Mas o que mexeu comigo e me fez rir sozinha, não por achar engraçado, mas pela alegria que vislumbrei(por isso estou contando, porque rir sozinha não tem graça...) é as cenas que vi, enquanto lia... Cenas que muitas vezes, hoje, por conta do trabalho, da responsabilidade, não conseguimos visualizar... |
Imaginei os bispos... |
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Têm os Bispos Nelson, Geoval... |
"Tá no papo. Vou rapelar vocês!" Diz o Pastor Fernando, rindo! |
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Pastora Amélia Tavares desenhando e brincando com canetinhas e muitos papéis coloridos... | |
"Olha o gênero! Meninas também podem jogar bafo, brincar de peteca, rodar pião e bolinha de gude!". |
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As irmãs já disseram que não podemos faltar... Que ficaria sem graça sem nós... E como crianças que se gostam muito, nos abraçamos e ficamos "de bem" depois de "ficar de mau...".
Isso tudo não tem preço...
Eu imaginei cenas engraçadas... Mas o que me faz pensar mesmo, é que muitas vezes deixamos a criança que existe dentro de nós morrer... Ficamos muito adultos... Preocupados, estressados...
Ah! Eu quero ser sempre criançona mesmo... Fazer festinha com balões e chapeuzinho...
Brincar de desenhar figuras geométricas no piso da garagem, que nem outro dia, enquanto esperava a perua escolar junto com a Naty! Eram 6 e meia da manhã...
"Mãe, não acredito que a senhora tá fazendo isso!".
"Isso o quê?".
"Brincando desse jeito"
"Ué? Que tem de mais? Eu estou desenhando figuras imaginárias no piso!".
E ela balançou a cabeça, desacreditando...
Puxa, não quero mudar... Quero continuar assim mesmo... Posso ter 41, 51, 61...
Quero continuar tendo alegria e brincar muiiiitttooooo...
Me perdoem pastores e pastoras, bispos e bispa...
É só brincadeirinha de criança... Brincadeira com as palavras...
E para completar, depois que escrevi esse texto e enviei para os pastores/as mencionados/as (não enviei para o Bispo Adriel, mas para sua esposa...), recebi muitas respostas positivas, o que me alegrou muito!
E faço questão de transcrever dois recadinhos, de pessoas queridas que sempre me incentivam.
Pastor Fernando Cezar: "Obrigado pela honra de ser citado em seu texto. Nem precisava, já estava bom mesmo sem meu nome... Só errou quando disse apenas imaginar tais cenas. Isso porque nós fazemos tudo isso, sim! No mais, Parabéns! Inclusive por ter descoberto o Rubem Alves. Estou certo de que ele ainda vai te proporcionar muitas alegrias".
E do Pastor Pedro: "Já havia lido seu texto. Mas não havia respondido sua mensagem. Coisa de gente grande. Tão cheia de tarefas, afazeres, que deixamos o que é importante esperar. Faço coro à Adélia Prado, pedindo para Deus me curar de ser gente grande.
Seu texto está saboroso!."
Que bom que errei em só imaginar... Que bom que todos/as "brincamos" sim, e buscamos ter sempre a alegria de criança... Agradeço a todos/as que retribuíram com carinho, alegria e compartilharam dessas minhas palavras... E pelo grande incentivo...
Geny Rodrigues Mendonça Amorim
Igreja Metodista em Jundiaí
(imagens extraídas do site Projeto Criança/Aids: www.pca.org.br/guia_do_voluntario.php)