Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/12/2010

Crescimento da Igreja na China deve-se à unidade

A unidade entre os protestantes chineses constitui um fator importante no rápido crescimento da Igreja em China, disse o secretário-geral do Conselho Cristão da China (CCC), pastor Kan Baoping, em visita ao Centro Ecumênico em Genebra, Suíça.

ALC/CMI
Genebra, quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Delegação integrada por sete dirigentes do Conselho Cristão de China reuniu-se na segunda-feira, 6, com o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Olav Fykse Tveit, e com representantes de outras organizações eclesiais que têm sede no Centro Ecumênico.

O CCC congrega igrejas que somam 19 milhões de fiéis e uniu-se à comunidade do CMI em 1991. Os líderes chineses apresentaram, no encontro promovido pela Comissão de Igrejas para Assuntos Internacionais do CMI, três temas relevantes para a vida e o depoimento da igreja na China: as políticas religiosas no país, o papel da religião na promoção de uma “sociedade harmoniosa” e o papel da igreja.

Ao analisar as políticas religiosas e as relações entre Igreja e Estado, os chineses destacaram que encontram-se numa “época dourada para o desenvolvimento das religiões na  China”. A igreja chinesa participa em várias iniciativas destinadas a promover uma “sociedade harmoniosa”.

Baoping  explicou que na China as comunidades religiosas em geral e a igreja protestante em particular experimentaram um rápido crescimento nos últimos 30 anos. Disse que o fato de ter deixado para trás as divisões denominacionais, em parte porque a cultura chinesa prioriza os pontos comuns do que as diferenças, éi uma das causas da vitalidade da igreja no país.

Outro fator do sucesso é que cada membro da igreja assume a responsabilidade de difundir o Evangelho à família e vizinhos como uma expressão do sacerdócio geral dos crentes.

Kan destacou os métodos de evangelização que surgiram da simples difusão da palavra e deram visibilidade ao Evangelho através do serviço social, como é o caso na prevenção do HIV/Aids e o atendimento aos órfãos.

Ao saudar a delegação chinesa, Tveit expressou reconhecimento ao papel que desempenharam os cristãos chineses na criação do CMI. Disse que se alegrava de poder estabelecer uma futura colaboração com os novos dirigentes do CCC, em particular com vistas à próxima Assembléia Geral do organismo ecumênico internacional, que se celebrará em Busan, na Coréia, em outubro de 2013.

Tveit qualificou o contexto chinês como “um dos mais apaixonantes para o futuro do cristianismo”.
A pastora Zhang Shuilian,  vice-presidente do Comitê Estadual de Hubei do Movimento das Três Autonomias da igreja protestante, disse que na China os cristãos gozam de uma boa imagem. Isso deve-se à resposta que oferecem às necessidades sociais do povo.

Zhang explicou que as igrejas das regiões urbanas com freqüência têm programas para acolher trabalhadores migrantes,  enquanto nas áreas rurais a vida da igreja é importante porque ajuda a cobrir o esvaziamento que sentem as pessoas mais idosas e as crianças, quando familiares vão procurar emprego nas cidades.

Para o cristianismo e outras religiões, explicou Zhang, uma maneira de contribuir para a política governamental destinada a manter uma “sociedade harmoniosa” é o fomento à estabilidade da vida familiar. Outra maneira de apoiar esse objetivo dá-se mediante o estabelecimento de sólidas relações inter-religiosas.

Numa reflexão apresentada durante um serviço de oração no Centro Ecumênico em Genebra, o presidente do CCC, pastor Gao Feng, disse que a igreja é “uma comunidade de pecadores que perdoam” e “quando perdoamos, experimentamos o perdão de Deus; e quando amamos, experimentamos o amor de Deus”.


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