Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
comentários ao artigo do pastor Gondim
Um dia, o Verbo se fez carne e habitou entre nós. A Palavra de Deus ganhou vida e ação na história. Para nós, cristãos, concretizavam-se as promessas que o povo judeu -- o "Povo do Livro" -- já aguardava com ansiedade... Na Reforma Protestante, Lutero valorizou a leitura da Bíblia, ao traduzi-la na língua do povo. E o movimento wesleyano surgiu a partir de um grupo de estudo bíblico formado por jovens estudantes ingleses, ávidos pela Palavra de Deus. Por isso, acreditamos que a Palavra é para ser usada com discernimento e compromisso... E por isso, publicamos as frases, coletadas pelo Rev. Gondim, com a indignação de quem vê a Palavra de Deus ser distorcida ou, simplesmente, esvaziada de sentido. Será que todas as vezes em que repetimos "Amém" nós queremos, realmente, dizer "assim seja" ? Nossas palavras refletem a nossa ação, nossas convicções, nosso viver? É a essa reflexão que o texto nos convida, não à simples polêmica, nem tampouco a discussões denominacionais. As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu! Salmos 19.14
Recebemos os seguintes comentários a respeito do artigo do pastor Ricardo Gondim:
Esqueceu de dizer...
estou cansado e ver fotos de eventos de metodistas com meia dúzia de pessoas...
Jorge Mattos Brasil, da Igreja Metodista no Estreito (Florianópolis, SC) nos escreveu:
Amados irmãos,
Nossa amada Igreja Metodista sempre foi conhecida por ser uma igreja conduzida pelo Espírito do Todo-Poderoso, não por modismos e chavões como estes citados pelo Pr. Ricardo Gondim.
O mais triste nestes chavões listados, é que nossa Igreja tem se aperfeiçoado em usá-los como referência de um espiritualismo "avivado" e "edificante".
Nossos pastores, a quem caberia alertar suas ovelhas sobre estes lemas descabidos e sem propósito, adaptam-se ao mesmo popularismo crescente em outras denominações.
A Igreja Metodista que conheci em 1984, e que até hoje sirvo, ensinou-me algo que faz, e fez, parte do metodismo na sua nascente: pensar e refletir. Como o Rev. Josias Pereira escreve em seu livro "A fé como fenômeno psicológico", pág. 21: "O imperativo é esclarecer para libertar. Caminhar em busca de uma fé que liberte o ser humano da opressão e das garras da ignorância".
Fico imensamente feliz que o Pr. Gondim, a quem conheci no ENAVI de 2000, tenha a coragem de levantar este tema que faz rebanhos parecerem-se mais com fantoches do que com seres humanos capacitados de intelecto e fé.
Que o nosso Pai continue a alertar nossos líderes sobre questões importantes como estas e outras que surjam na caminhada de nossa Igreja Metodista.
Que o amor e a graça de Deus confortem os nossos corações.
Maria Newnum, de Maringá, PR, mandou o comentário:
O Pr. Ricardo Gondim, mais uma vez surpreende. Embora saibamos que é mais uma, entre tantas vozes que clamam no "deserto".
Concordo com o querido irmão Jorge Brasil, a Igreja Metodista que conheci num passado não muito distante, primava pelo Evangelho inteligente e crítico, desprovida de chavões "abobados". Hoje a coisa fica no - Amém? Está fraco: AMÉM? ... Como diria um amigo: É só colocar uma lona e teremos um circo. Deus nos Livre. Amém!? Está fraco...
A Pastora Maria de Fátima de Oliveira Souza David comenta:
Sempre gostei de ler Ricardo Gondim. Afinal, era um pentecostal "equilibrado". Mas ultimamente perdi o prazer de ler seus artigos! Está desgostoso, amargo, sempre criticando os evangélicos! Como também parece ser uma tendência de alguns no meio metodista.
Em vez de perdemos tempo criticando uns aos outros, deveríamos anunciar a graça, o perdão e o amor de Deus. Normalmente o excesso de critica vem acompanhando de pouca sensibilidade à voz do Espírito Santo.
Que Deus nos ajude a sermos fiéis, constantes na obra da evangelização e amorosos no trato uns com os outros.
Genival F. Silva Jr, metodista de Limeira, SP, escreve:
Realmente, a questão levantada pelo Pr. Gondim é triste, mas oportuna. O que incomoda é que ficamos sem saber o que é pior, se as frases "evangélicas" repetidas à exaustão ou a falta de conhecimento da própria doutrina cristã (e da doutrina metodista) que parece motivar as pessoas a insistirem nesse comportamento. Portanto concordo plenamente que esta questão (assim como outras) deve ser sim levantada, discutida e resolvida com responsabilidade e coragem.
Peço licença aos irmãos Jorge Brasil e Maria Newnum para fazer minhas algumas das suas palavras e citações e dizer que muitas vezes a sensação é de estar num "deserto" onde:
.. "pensar e refletir" são coisas totalmente irrelevantes, desnecessárias;
.."Caminhar em busca de uma fé que liberte o ser humano da opressão e das garras da ignorância" é fruto de uma esperança inútil;
..Ter "coragem de levantar o tema" é postura inconveniente, pois o negócio é sempre dizer " Amém ... e bem forte!!".
Mas, graças a Deus, ainda temos as ações e as vozes dos irmãos e irmãs que clamam no deserto, na escuridão, em meio à desesperança, sob a intolerância, ignorância e a mesmice. São pessoas que não se esqueceram do Deus de Amor, do Deus da graça salvadora e santificadora que sempre nos proporciona renovação e crescimento ao longo da nossa caminhada.
Acredito que devemos ter sempre em nossas mentes que o verdadeiro Evangelho de Cristo, com seu amor e graça, deve ser não só anunciado, mas também vivido com responsabilidade, ética, coragem, sabedoria, comprometimento e também com sonho, alegria e carinho, como convém aos cristãos que buscam viver suas vidas sob a ação do Espírito Santo.