Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
comentário Jorge
Uma reflexão sobre a separação conjugal
Amados irmãos,
Que a ternura de nosso Deus e Pai conserve nossas vidas em pleno vigor e paixão.
Fico feliz por ter este espaço de manifestação sobre temas ou reflexões contidas no nosso site e nosso amado Expositor Cristão.
Gostaria de me posicionar sobre a reflexão do Pr. Nílson da Silva Jr. intitulada: Filhos de Pais Separados.
Antes, porém, quero dizer que sou também filho de pais separados, o que me permite sentir algumas coisas semelhantes a outros filhos - lógico que sentimentos são sempre diferentes e marcantes.
Também me permito colocar que sou separado há quase seis anos e que sou casado novamente com a mulher da minha vida. Por que digo da minha vida? Porque parece algo muito meu, isto é, egoisticamente meu. Tenho três filhas maravilhosas, nas idades de adolescência e criança. Consigo, apesar "da minha vida", alcançar um grau de relacionamento familiar muito mais intenso do que antes. Isso dito por uma das partes que provavelmente mais sofreu e menos esperava uma separação de seus pais: as filhas.
Então, como filho e pai separado (não separado dos pais e das filhas), inquieta-me alguns assuntos relacionados com a "separação conjugal":
1º) Numa separação, creio eu, não existe nenhuma possibilidade das partes envolvidas não saírem machucadas;
2º) Numa separação, creio eu, há grandes possibilidades das partes terem uma convivência verdadeiramente fraternal e intensa;
3º) Numa separação, creio eu, faz-se premente o acompanhamento espiritual, pscicológico e sociável de todos os setores aos quais nos relacionamos.
É neste terceiro ponto que pretendo ater-me um pouco mais.
Como seres sociais que somos em todos os aspectos, carecemos de profunda ajuda em momentos de decisão tão importante: seja na nossa relação familiar, seja no nosso relacionamento profissional, seja no nosso relacionamento de amizade íntima, seja no nosso relacionamento igreja-membro ou vice-versa. E, quando um destes elos rompe-se, tenho a sensação que a vida perde o seu brilho, tornando-se pálida e esbranquecida.
No meu caso específico, o elo que quase se rompeu totalmente foi o elo da igreja. Ainda sinto, e muitos que passaram e passam devem sentir também, a orfandade da igreja neste instante duro, de desilusão, desesperançoso e "pecador".
A igreja precisa, a meu ver, preparar-se mais adequadamente para ser um agente da graça de Deus, mesmo que isto possa contrariar a visão de tantos que crêem que a união matrimonial é indissolúvel. Pessoas tem mente, coração e corpo. Todas estas partes quando andam em descompasso geram um desequilíbrio brutal na vida de qualquer ser.
Mesmo sabedor que minhas filhas sofreram, a união indelével entre pais e filhos, quando bem trabalhado e administrado, é indissolúvel.
Quando a igreja serve como um colo para aconchego de todas as partes envolvidas neste processo difícil, as feridas são cicatrizadas com muita mais rapidez.
Sinceramente gosto de me lembrar dos momentos passados no processo de separação, porque eles me levam a valorizar a preciosa união que vivo com o Pai de toda a bondade, "minha mulher", minhas filhas amadas e minha igreja abençoadora.
Que Deus continue transbordante em nossas vidas.
Jorge Mattos Brasil
Membro Igreja Metodista no Estreito
Florianópolis - SC