Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Combate ao fanatismo religioso
Por BEATRIZ FARRUGIA
SÃO PAULO, 8 MAI (ANSA) - O papa Bento XVI deve aproveitar sua viagem pela Terra Santa, iniciada hoje, para promover o diálogo entre as crenças, com o objetivo principal de combater o fanatismo e a fobia religiosa, afirmaram especialistas consultados pela ANSA.
Nestes oito dias de viagem, o Pontífice, que chegou na tarde de hoje (14h25 no horário local) a Amã, capital da Jordânia, passará ainda por Israel e territórios palestinos, onde visitará locais sagrados ao cristianismo, ao islamismo e ao judaísmo, como o Monte Nebo, o Muro das Lamentações e a Cúpula da Rocha, além de se reunirá com líderes religiosos locais e celebrar missas.
Para Fernando Altemeyer Junior, teólogo e doutor em Ciências Sociais da PUC-SP, a ida do Papa a estes locais sacros será marcada por símbolos que serão decifrados em cada momento da viagem. No entanto, o especialista defende que Bento XVI deve debater abertamente "a islamofobia de certos grupos europeus e norte-americanos, além de criticar fundamentalismos de todos os gêneros, incluindo o cristão".
"Que esta visita supere o debate inútil de quem tem a culpa inicial dos conflitos (no Oriente Médio, ndr.) e possa de maneira proativa e transcendente garantir o direito dos palestinos, o diálogo das pessoas e das grandes massas, a crítica lúcida ao terrorismo e ao fundamentalismo, e não cair em relativismos cristãos ou islâmicos", expôs Altemeyer Jr.
Explicando que a viagem do Pontífice à Terra Santa representa a manutenção de um posicionamento de amizade interreligioso iniciado no século XX pelo papa Paulo VI e que atingiu seu ápice no pontificado de João Paulo II, o rabino Michel Schlesinger da Congregação Israelita Paulista (CIP) ressaltou, por sua parte, que o diálogo é importante para unir os representantes das diversas religiões a fim de enfrentar, além do fanatismo, desafios comuns, "como as desigualdades sociais e a busca de um desenvolvimento global sustentável".
Segundo o rabino, "se a deturpação das religiões tem o poder de fomentar o ódio, a utilização habilidosa das mesmas tem a força de disseminar amor ao próximo e paz".
"Nenhuma religião apregoa a guerra. Alguns falsos religiosos manipulam as escrituras sagradas para incentivar o ódio. As mesmas fontes sagradas, quando usadas com sabedoria, carregam o potencial de disseminar uma cultura de coexistência pacífica entre os povos", reiterou Schlesinger.
O teólogo Billy Fádel Machado Rampinelli comentou, por sua vez, que a tentativa do Vaticano de promover o diálogo inter-religioso, definido por ele mesmo como "uma ferramenta de paz usada para promover a vida por meio do respeito mútuo", já é "um grande passo para o relacionamento diplomático e o entendimento para a pacificação daquela região".
Para Rampinelli, tal postura "gera a valorização dos direitos humanos e a convivência pacífica entre a raça multifacetada, celebrando, dessa forma, no cotidiano a beleza da vida chamada diversidade".
As relações diplomáticas com os países que serão visitados pelo Pontífice datam de um passado recente, em 1993 com Israel e 1994 com a Jordânia. Portanto a visita pontifícia à região possui não apenas um caráter religioso importante, mas também político.
Bento XVI chegou às 14h25 locais à Jordânia (8h25 no horário de Brasília), primeira etapa de sua viagem apostólica e onde permanecerá até o dia 11, quando seguirá para Israel.
Para os especialistas, esta viagem tem um grande peso, principalmente, para os católicos locais, que estão entre as minorias religiosas. Em Israel e territórios palestinos, os católicos representam 1,71% da população, contra 79,2% de judeus, 14,6 % de muçulmanos sunitas e 1,7 % de drusos. Na Jordânia, os números são parecidos, sendo que 1,38% da população é católica e 93% é muçulmana sunita.
SÃO PAULO, 8 MAI (ANSA) - O papa Bento XVI deve aproveitar sua viagem pela Terra Santa, iniciada hoje, para promover o diálogo entre as crenças, com o objetivo principal de combater o fanatismo e a fobia religiosa, afirmaram especialistas consultados pela ANSA.
Nestes oito dias de viagem, o Pontífice, que chegou na tarde de hoje (14h25 no horário local) a Amã, capital da Jordânia, passará ainda por Israel e territórios palestinos, onde visitará locais sagrados ao cristianismo, ao islamismo e ao judaísmo, como o Monte Nebo, o Muro das Lamentações e a Cúpula da Rocha, além de se reunirá com líderes religiosos locais e celebrar missas.
Para Fernando Altemeyer Junior, teólogo e doutor em Ciências Sociais da PUC-SP, a ida do Papa a estes locais sacros será marcada por símbolos que serão decifrados em cada momento da viagem. No entanto, o especialista defende que Bento XVI deve debater abertamente "a islamofobia de certos grupos europeus e norte-americanos, além de criticar fundamentalismos de todos os gêneros, incluindo o cristão".
"Que esta visita supere o debate inútil de quem tem a culpa inicial dos conflitos (no Oriente Médio, ndr.) e possa de maneira proativa e transcendente garantir o direito dos palestinos, o diálogo das pessoas e das grandes massas, a crítica lúcida ao terrorismo e ao fundamentalismo, e não cair em relativismos cristãos ou islâmicos", expôs Altemeyer Jr.
Explicando que a viagem do Pontífice à Terra Santa representa a manutenção de um posicionamento de amizade interreligioso iniciado no século XX pelo papa Paulo VI e que atingiu seu ápice no pontificado de João Paulo II, o rabino Michel Schlesinger da Congregação Israelita Paulista (CIP) ressaltou, por sua parte, que o diálogo é importante para unir os representantes das diversas religiões a fim de enfrentar, além do fanatismo, desafios comuns, "como as desigualdades sociais e a busca de um desenvolvimento global sustentável".
Segundo o rabino, "se a deturpação das religiões tem o poder de fomentar o ódio, a utilização habilidosa das mesmas tem a força de disseminar amor ao próximo e paz".
"Nenhuma religião apregoa a guerra. Alguns falsos religiosos manipulam as escrituras sagradas para incentivar o ódio. As mesmas fontes sagradas, quando usadas com sabedoria, carregam o potencial de disseminar uma cultura de coexistência pacífica entre os povos", reiterou Schlesinger.
O teólogo Billy Fádel Machado Rampinelli comentou, por sua vez, que a tentativa do Vaticano de promover o diálogo inter-religioso, definido por ele mesmo como "uma ferramenta de paz usada para promover a vida por meio do respeito mútuo", já é "um grande passo para o relacionamento diplomático e o entendimento para a pacificação daquela região".
Para Rampinelli, tal postura "gera a valorização dos direitos humanos e a convivência pacífica entre a raça multifacetada, celebrando, dessa forma, no cotidiano a beleza da vida chamada diversidade".
As relações diplomáticas com os países que serão visitados pelo Pontífice datam de um passado recente, em 1993 com Israel e 1994 com a Jordânia. Portanto a visita pontifícia à região possui não apenas um caráter religioso importante, mas também político.
Bento XVI chegou às 14h25 locais à Jordânia (8h25 no horário de Brasília), primeira etapa de sua viagem apostólica e onde permanecerá até o dia 11, quando seguirá para Israel.
Para os especialistas, esta viagem tem um grande peso, principalmente, para os católicos locais, que estão entre as minorias religiosas. Em Israel e territórios palestinos, os católicos representam 1,71% da população, contra 79,2% de judeus, 14,6 % de muçulmanos sunitas e 1,7 % de drusos. Na Jordânia, os números são parecidos, sendo que 1,38% da população é católica e 93% é muçulmana sunita.
Nota da redação: o Teólogo Billy Fádel Machado Rampinelli é pastor metodista na Quarta Região Eclesiástica na cidade de Governador Valadares.