Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Combate à Aids

* A médica Ana Maria Baptista  é filha do prof. Saulo Baptista, membro do Consad (Conselho Superior de Administração) das instituições metodistas de ensino e o Tony Vilhena é membro da Igreja Metodista em Belém.

Secretaria paraense busca parceria de religiões para combater Aids

A religião pode contribuir na adesão ou no afastamento de pacientes ao tratamento de saúde no combate à Aids, declarou a doutora Ana Maria Baptista. Nos terreiros de candomblé do Pará foram colocados murais informativos sobre prevenção à doença, tratamento e direitos humanos.

ALC
terça-feira, 13 de outubro de 2009

As religiões podem ser disseminadoras de informações preventivas à doença e prestar acolhimento fraterno das pessoas que vivem com o HIV, afirmou o doutor Lourival Masola, coordenador do Programa preventivo da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Estado do Pará, doutor Lourival Marsola.

Organizado pela Secretaria da Saúde Pública, o 1. Seminário sobre Aids e Religiões: Perspectivas e Desafios, reuniu em Belém do Pará, na sexta-feira, 2 de outubro, 120 pessoas de diferentes credos, grupos gestores de saúde e pesquisadores.

O Coordenador do Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (Caic), Tony Vilhena, apresentou um histórico do comportamento das denominações evangélicas diante do surgimento e avanços da Aids.

No início dos anos 80 do século passado, essas denominações apontaram a Aids como um sinal dos tempos ou a peste do Apocalipse. Havia um estigma de que a Aids era doença de homossexuais e prostitutas.

Nos anos 90, a contaminação da Aids não se limitou a segmentos sociais, atingindo todas as camadas, pessoas de todas as religiões e culturas. As igrejas perceberam, então, mesmo de modo tímido, que não podiam mais encarar a doença sob o aspecto moral.

Ainda assim, em pleno século XXI o trabalho das igrejas referente à Aids ainda é inexpressivo no Pará, declarou Vilhena. Ele apontou, contudo, como inspiradora a Cartilha Igreja Solidária e Transformadora, produzida pelas organizações Diaconia e Koinonia, na qual constam roteiros de oficinas de capacitação sobre a doença para serem trabalhadas nas igrejas.

Mãe Nalva explicou, no painel, que as religiões afro-brasileiras adequaram os seus ritos e cultos a partir do avanço da Aids. Para o candomblé, explicou a religiosa, não existe a concepção de pecado e de salvação, por isso os terreiros sempre fizeram um trabalho de acolhimento de pessoas excluídas por serem portadoras do HIV e que eram rejeitadas até por suas famílias.

Para Marsola, o seminário foi uma primeira experiência, um marco na contribuição das religiões enquanto disseminadoras de informações de prevenção à doença.

A coordenadora do Seminário, doutora Débora Onuma, assinalou que este foi o primeiro passo de uma parceria estratégica da Secretaria da Saúde com segmentos religiosos na produção e multiplicação de conhecimentos sobre o HIV/Aids.

Da esfera religiosa participaram do Seminário representantes de três organizações: a Pastoral da Aids, por parte da Igreja Católica, a Associação Afro-Religiosa e Cultural Aciyomi e o Caic.


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