Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Coluna
O tempo de carnaval tem uma característica especial e diferenciada. O liberalismo toma conta da mente de quem entrega-se a festa. Até mesmo as autoridades governamentais precisam entrar no ‘clima’: não fosse assim, não seria gasto tanto dinheiro público para distribuição de preservativos a foliões. Dinheiro que poderia ser aplicado em áreas fundamentais da saúde é desperdiçado com o descompromisso de jovens com hormônios aflorados pelo senso liberal incentivado por todos os lados. E este é apenas um exemplo no qual quero firmar-me. Poderia falar das drogas que permeiam as concentrações de pessoas, seja em bailes, seja em desfiles. Ou ainda da violência desencadeada por decorrência de abusos.
O que dizer com vistas a tudo isso? Creio que tudo já tenha sido dito, seja em defesa ou em acusação. Por isso, quero centrar-me no título que dei a esta coluna, ao invés de ficar explicitando os pontos contrários que tenho quanto ao carnaval.
É difícil dar uma direção para a palavra ‘sonhos’, uma vez que, falando em carnaval, falamos em todas as faixas etárias. Desde sonhos de um futuro profissional ou relacional (dos mais tenros) aos sonhos de ordem familiar, financeira (aos mais maduros). Sonhos que facilmente perdem-se. Uns, perdem-se porque o sonhador, na pior das hipóteses, teve sua vida ceifada, ou num acidente, ou numa briga, ou de forma inocente. Outros perdem-se porque o destino do sonhador teve de tomar um novo rumo, seja por causa de uma gravidez indesejada, seja por causa de um relacionamento ilícito que vem a destruir outro estável... sonhos queimados junto com as fantasias. Sonhos que perdem o sentido, e até mesmo se tornam impossíveis por conta de algumas noites de festa.
No entanto, as fantasias (roupas carnavalescas) são bem diferentes dos sonhos. Elas são descartáveis. Como qualquer outra roupa, elas acabam, desbotam, rasgam. Os sonhos, no entanto, não são assim. Pelo menos, não eram prá ser. Sonhos são gerados para servir de alvo, de motivação à busca de sua realização. O problema é que, como as fantasias, os sonhos para alguns passam a ter uma natureza descartável: ‘se não der assim, faz-se de outro jeito...’. E pronto: vai-se embora a persistência, a perseverança. Vai se embora um sonho, e dá espaço a conseqüências. Conseqüências de uma bebedeira. De sexo sem compromisso. De uma briga começada e ainda não acabada. De um relacionamento extra conjugal. Conseqüências que transformam sonhos em produtos descartáveis. Lá se foram, tão rápido!
Diz o Senhor, através do profeta Jeremias: ‘Eu é que sei é que pensamentos tenho a vosso respeito: pensamentos de paz, e não de mal’ (Jr 29.11). Em síntese, quando o mal predomina ao invés da paz, fica claro, foram-se por água abaixo os pensamentos do Senhor acerca da humanidade. Vão-se embora sonhos de vida, de paz, de um futuro abençoado. Sonhos são queimados quando os pensamentos do Senhor são ignorados.
Em contraponto, assim como o Senhor, Seus pensamentos são eternos. E, a cada pessoa toca a afirmação: ‘onde abundou o pecado, superabundou a graça’ (Rm 5.20). Levando em conta que o pecado é o afastamento da vontade de Deus, podemos entender que, pela graça de Deus podemos retornar ao caminho dos sonhos eternos e de paz do Senhor a nosso respeito. E isso, mediante nossa fé, que é pressuposto fundamental para agradarmos a Deus (Hb 11.6). Por isso, há esperança. Se há vida, há ainda a possibilidade de uma nova história. Em Cristo, há condições de deixar as cinzas das fantasias para trás, e viver um novo momento de sonhos vivos e eternos (2 Co 5.17). Busque-O. Confesse-O como Senhor, e veja seus sonhos sendo transformados a cada dia desse novo compromisso! Deus lhe abençoe!
Pr. Paulo Amendola Filho
Igreja Metodista Central em Dourados / MS