Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
Cinema e Teologia
Um dia desses ao visitar o site da nossa igreja, me deparei com a seguinte pergunta da enquete: "Algum filme já contribuiu no seu amadurecimento espiritual?". Como a maioria dos internautas que haviam respondido a questão proposta, disse que "sim, extraio lições importantes até de filmes não religiosos", ou seja, sinto Deus falar comigo através de filmes seculares. O nome do filme me vem à cabeça e junto com ele, uma pergunta: Liberdade de quem? Nesse filme em especial, acho que Gregory, o carcereiro, é quem foi liberto. Este homem foi escolhido para ser o censor das correspondências dos presos que lutavam pela libertação da África do Sul do regime do Apartheid. Em seu trabalho, era responsável por detectar informações e possibilidades de conspiração contra o autoritário governo vigente.
Hoje isso aconteceu mais uma vez. Após algumas horas de estudo, tive o prazer de me aconchegar no sofá, pegar um capuccino, travesseiros e cobertor, e ver Mandela: luta pela liberdade.
O filme retrata o tempo que Mandela esteve na prisão e em especial a sua relação com o carcereiro Gregory, que é escolhido para monitorar Mandela por falar seu dialeto. "Mandela: Luta pela liberdade".
Palavras como opressão, liberdade, cadeia, medo, ousadia, fazem parte de ambas as histórias. Mandela foi enviado para a prisão por denunciar a opressão e lutar em busca de uma sociedade que oferecesse oportunidade para todas as pessoas. Paulo e Silas foram enviados para a prisão por libertarem uma mulher da opressão de homens que a utilizavam como um objeto lucrativo. Mandela teve seu corpo açoitado e encerrado em várias cadeias de segurança máxima. Paulo e Silas após apanharem ficaram com seus pés presos entre dois blocos de madeira (At.16.24).
Do contato com Mandela, o carcereiro não sai incólume. De uma relação hostil e inculcada, passa a experimentar a admiração e o desafio de ouvir o outro lado e tirar as suas próprias conclusões.
Daí por diante se desenrola uma trama cativante que nos desafia a inúmeras reflexões. Não conto o final, pois gostaria muito que vocês vissem o filme, ele já se encontra em DVD.
O que passo a compartilhar com vocês é um pouco do meu saber construído a partir deste filme. Diante da relação de Mandela e Gregory, acabei por lembrar-me da relação de Paulo, Silas e o carcereiro.
O carcereiro de Paulo e Silas tinha a função de prender e vigiar a ambos para que não fugissem. Gregory, o carcereiro de Mandela, era incumbido da mesma função.
Tanto Mandela quanto Paulo e Silas estavam com os corpos presos e o coração livre, e por isso não desanimaram mediante os grilhões. Mandela seguia firme em sua luta pela liberdade do povo, Paulo e Silas firmes seguiam em anunciar a boa nova libertadora do evangelho de Cristo Jesus.
As algemas de Mandela libertaram o coração de Gregory, as correntes de Paulo e Silas libertaram o carcereiro e toda a sua família. Tanto Gregory quanto o carcereiro de Filipos se permitiram sair da prisão do medo, da incredulidade, da indisponibilidade de ouvir o outro lado da história, da omissão. Tudo isso aconteceu enquanto guardavam prisioneiros.
Em nossos corações existem muitas celas, onde aprisionamos verdades, mentiras, enfim, crenças e sentimentos que nos movem pela vida, e fazem a vida se mover. Quero abrir as celas da minha vida, para que Jesus entre e faça dessas celas, com "c", selas, com "s", onde eu possa montar e cavalgar pela história de forma diferente, de forma que, assim como fez o carcereiro, eu cuide do meu próximo, lave seus vergões de açoites, e lhe ponha a mesa com pão, café, leite, alegria e uma boa nova.
Que Deus nos abençoe! Bom filme!
Pastora Andreia Fernandes
Igreja Metodista do Jabaquara - 3ª Região, São Paulo
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
Não estou plagiando, nem vou fazer crítica do filme de mesmo nome. Filme, aliás, maravilhoso. Gostaria de fazer uso do título do filme para refletir sobre um assunto. Logo no início das Escrituras, nos é relatada uma lembrança que, ainda que esquecida, permanece com um Brilho Eterno: O Paraíso. Não quero levantar a questão de realidade geográfica ou espiritual... Se é uma figura de linguagem ou se é literalmente tal como a Bíblia descreve. Estou falando de linguagem da fé. E a fé nos faz guardar lembrança e esperança numa perspectiva a ser alcançada. A Bíblia tem um compromisso com a fé e não com qualquer ciência que possa existir.
Ele conta a história de um homem que, para esquecer sua amada, utiliza-se de um tratamento experimental que supostamente o faria esquecê-la, mas ele descobre que não pode esquecer um amor.
O Paraíso narrado em Gênesis 1 é caracterizado, principalmente, pela presença permanente de Deus e a intimidade que havia entre Este e Adão: "E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia..." Presença e intimidade! E presença e intimidade com Deus requer alguns aspectos como Amor, Unidade e Esperança... E outros mais. Isso foi perdido com o evento que Gênesis narra em seu capítulo 3, que é chamado "A Queda". Neste episódio, há uma quebra da constância do Paraíso... Um rompimento traumático. A presença de Deus já não é mais permanente, a intimidade não existe com a mesma intensidade e a essência do Paraíso é arrancada do coração do ser humano.
O Paraíso, o Éden, é um anseio que trazemos por meio de nossa fé herdada do judaísmo e confirmada pelo cristianismo... Porém, com Jesus a visão do Paraíso ganhou uma dimensão bem maior. Posso estar enganado, mas Paraíso e Reino de Deus, no meu entender, são as mesmas coisas, ou, pelo menos, há uma forte interligação entre ambos.
Mas, o Brilho Eterno não se apaga... ainda que a memória não se lembre de um tempo ou de um estado onde a presença da Paz, Verdade e Justiça eram sentidas, a lembrança do "não vivenciado" permaneceu. Passou-se então, a brotar a Esperança de uma volta ao Paraíso. Uma saudade do "ainda por vir"! "E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes Jesus, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17.20-21). Creio que o Paraíso se inicia a partir dessa descoberta... Não é com a morte que começa o re-encontro com o Paraíso, mas é com a vida! Jesus acenou ao mundo com os sinais da presença de Deus... Amor, graça, comunidade, perdão, solidariedade, tolerância... E onde há Deus, reina a Vida Plena!
O que eu quero dizer é que onde Deus se faz presente aí começa o Paraíso.
Eu creio na restauração da Vida... Creio na salvação deste mundo por meio dos valores do Reino de Deus... Por que creio nisto? Porque há em cada um de nós uma lembrança, uma saudade revivida nas palavras de Jesus, nos atos de Jesus. O poder do pecado não foi capaz de apagar totalmente o Brilho Eterno que reluz em nossas memórias. Apesar das trevas, a luz ainda brilha! E com ela uma certeza que ainda em vida, talvez não em meu tempo, há de acontecer... "Um novo céu e uma nova terra...Onde o próprio Deus enxugará dos olhos do seu povo toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor..." (Apocalipse 21.1 e 4). Fala a verdade: não sente uma saudade misturada na esperança? Não se sabe de onde vem tanta saudade! Mas está guardada dentro de nós... Existe esse Reino em nós...sem choro, sem dor...um Paraíso perdido...um Brilho Eterno em uma mente sem lembrança!
Rev.Antônio Carlos Soares dos Santos
pastor da Igreja Metodista em Altamira - REMA - Pará
Cinema & Teologia
• Mais uma crônica de Nárnia: para crianças e adultos
Novo lançamento da Disney, Príncipe Caspian, mais uma das Crônicas de Nárnia, promete fazer tanto sucesso quanto O Leão, A Feiticeira e o Guarda Roupa - entre crianças e adultos.
A história, do escritor e teólogo C. S. Lewis, traz os mesmos personagens:
Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, que são convocados pelo Príncipe Caspian, para salvar o reino encantado de Nárnia.
Eles contam, novamente, com o leão Aslan para salvar Nárnia do domínio de um rei tirânico e restaurar a paz da terra.
Lewis, cristão fervoroso, criou suas histórias de conto de fadas utilizando a simbologia cristã.
Seu objetivo era apresentar às crianças valores do cristianismo de uma forma que elas pudessem compreender.
Assim, a figura do leão Aslan é uma referência à figura de Cristo.
Previsto para dia 30 de maio nos cinemas.
• Graça e Liberdade
O filme que tem por título um dos hinos evangélicos mais famosos de todos os tempos fala de um homem que, movido pela fé, aplicou todas as suas forças na luta pelo fim da escravidão em seu país. Quando Amazing Grace estreou nos cinemas da Inglaterra e Estados Unidos, em 2007, o site oficial do filme promoveu sessões de exibição especiais em igrejas e ofereceu um guia de estudo bíblico baseado na história (você pode conferir no endereço http://www.amazinggracemovie.com/downloads.php, em inglês). Não é pra menos... O filme que tem por título um dos hinos evangélicos mais famosos de todos os tempos fala de um homem que, movido pela fé, aplicou todas as suas forças na luta pelo fim da escravidão em seu país. O filme, que chega agora ao Brasil em DVD com o título Jornada pela Liberdade, conta a história de William Wilberforce.
Dele se pode dizer, realmente, que dedicou toda a vida pela luta abolicionista: trabalhou por essa causa do ano de 1787, até sua morte, em 1833.
Para saber mais sobre o filme CLIQUE AQUI!
• Reine sobre mim
Além de momentos de lazer, o cinema também pode proporcionar reflexões importantes para nossa vida e fé. É como esse propósito que o site da Igreja Metodista Unida, dos Estados Unidos (www.umc.org), oferece uma seleção de filmes comentados, com roteiros para a elaboração de estudos bíblicos. Veja a resenha do filme Reine sobre mim (Reign over me, no original), que foi lançado em DVD no final de 2007 (traduzido e adaptado a partir do texto de Gregg Tubbs). Julgai todas as coisas, Produtora: Sony Pictures Elenco: Adam Sandler, Don Cheadle, Jada Pinkett Smith, Liv Tyler. Lançado em 2007 No filme Reine sobre Mim, o diretor Mike Binder une humor e drama para abordar o tema da perda e recuperação. Ele conta a história de um homem que perdeu toda a família e cuja única esperança para construir um futuro é a compaixão de um amigo de seu passado.
A história abre com um encontro casual entre dois velhos amigos que não se viam há vários anos. Charlie Fineman (Adam Sandler) e Alan Johnson (Don Cheadle) eram colegas de quarto na Faculdade de Odontologia. Perderam contato após a formatura. Mas Alan sabia que, no dia 11 de setembro de 2001, a esposa de Charlie e suas três filhas haviam morrido num dos aviões que se chocou contra o World Trade Center.
retende o que é bom
(1 Ts 5.21)
Alan encontra um Charlie totalmente desestruturado. Ele não se lembra do amigo. Também não se recorda de ter tido uma família. Não exerce mais sua profissão e vive uma vida desregrada, sem horários e obrigações. Passa a maior parte do tempo ouvindo música e jogando videogames. Alan, no extremo oposto, mantém uma carreira sólida, mas vive uma vida familiar que o sufoca, ao lado de uma esposa controladora. Ele começa a passar mais e mais tempo no mundo de Charlie tentando fazer com que seu velho amigo possa se abrir sobre sua perda e procure ajuda.
Embora não seja explicitamente cristão, a atuação de Alan no filme é um inspirador testemunho de valores cristãos essenciais, como compaixão, perdão e reconciliação.Alan dá generosamente de si mesmo - seu tempo, cuidado, perseverança -- para o cuidado de outro.
O filme também mostra a natureza recíproca dos relacionamentos. Não há quem ajude o outro que não seja também ajudado. A partir do contato com Charlie, Alan vai repensar seu próprio modo de ver a vida.
Contudo, Reine sobre mim não é um conto de fadas. Uma tragédia ocorreu na vida de Charlie; tragédias podem surgir em nossas vidas. O amor é o bálsamo que trata as feridas e nos dá esperança para prosseguir.
Questões para estudo:
1) O título do filme é o nome de uma música, "Love Reign Over Me" (Amor, reine sobre mim). Leia um trecho da letra e responda: Qual é o simbolismo da água no cristianismo? Como você poderia relacionar a letra da música com a história do filme?
Apenas o amor
Pode trazer a chuva
Que faz você desejar o céu
Apenas o amor
Pode trazer a chuva
Que cai como lágrimas lá do alto
Amor, reine sobre mim
Na árida e empoeirada estrada
As noites que passamos sós
Eu preciso voltar para casa, para a fresca chuva
Não sou capaz de dormir; então me deito e penso
A noite é quente e negra como tinta
Ó Deus, eu preciso de uma dose da fresca chuva
2) Como Charlie respondeu à sua tragédia pessoal? Você acha que ele realmente esqueceu sua família?
3) Você já tentou ajudar alguém a se restabelecer de uma grande perda? Como a sua fé ajudou nesse momento?
4) É fácil perceber como Charlie mudou ao longo da história, mas como se dá a mudança de Alan? O que ele aprendeu?
5) A existência de tragédias afeta a sua fé em um Deus justo? Como a sua fé o ajuda a superar os problemas?Você pensa que o sofrimento pode nos ajudar a sentir as bênçãos de Deus? (veja Romanos 8.28, Salmo 31.24,Eclesiastes 9.1-2)
6) Você admira Alan por tentar ajudar Charlie? E quanto aos sogros dele? É possível errar tentando ajudar?
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