Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
CHOSN História da Sociedade Metodista de Homens
Um pouco de história
A atuação marcante do leigo metodista na história de nossa igreja, no Brasil, se fez presente desde o início do Metodismo em nossa pátria, definindo-se, desde então, sua vocação evangelística e missionária. Basta compulsar a nossa bibliografia histórica e verificar ali as marcas indeléveis da presença do homem metodista na implantação de nossa igreja em terras brasileiras, ombreando-se à ação pastoral e, não poucas vezes, até antecipando-se a ela.
Kennedy, no livro "50 anos de Methodismo no Brasil", relata um acontecimento emblemático, nesse sentido - a criação da Igreja Metodista deSerra Azul, em São Paulo, em julho de 1895, em que"a igreja geral, por seus representantes autorizados, apenas teve que organizar oficialmente o grande número de crentes que a palavra suave e convincente do Sr. Nunes conseguira arrebanhar para Cristo".
Em 1911, dando conteúdo mais formal a essa atuação do leigo metodista na igreja, foi organizado em Petrópolis, por ocasião de uma Conferência Distrital, o chamado Movimento Leigo, cuja divisa "Ninguém ocioso na Igreja" já indicava o objetivo do grupo: "ganhar o Brasil para Cristo, cuidando das organizações da Igreja, sustento pastoral, missões domésticas e estrangeiras, construção de templos e colégios, convites para a assistência aos cultos, enfim, preparar o terreno em todos os sentidos para que os pastores possam, com liberdade e alegria, anunciar o Evangelho da paz". O seu primeiro Diretor foi o irmão Ataliba de Oliveira Castro, membro da Igreja Metodista de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, mais tarde substituído pelo Cap. Arino Ferreira de Moraes, de Juiz de Fora.
O Movimento Leigo, que reunia principalmente os guias-leigos das igrejas locais, passou a realizar sistematicamente congressos distritais, regionais e até nacionais, elegendo seus líderes, os chamados guias-leigos paroquiais, distritais e regionais. Ele teve expressiva atuação na vida da Igreja, notadamente no processo da Autonomia, transformando seus Congressos em verdadeiros Seminários onde se discutiam as bases desse movimento e as necessidades de uma mudança nas relações com a Igreja-Mãe e se preparavam os leigos para assumirem as suas responsabilidades diante do novo quadro que se avizinhava.
Em 1927, após a realização de mais um Congresso desse movimento, o Rev. Osório do Couto Caire assim se manifestou sobre ele: "A impressão que tivemos logo nas primeiras reuniões, foi que os leigos sabem o que querem".Essa manifestação de apoio era de toda a igreja, que criou o Dia do Leigo no Calendário da Igreja Metodista para justamente homenagear aqueles sem os quais, como afirmou um grande líder leigo da época, "de forma alguma a Igreja cumpriria sua Missão, eis que o Evangelho de Cristo tem de ser pregado por todos, não sendo privilégio dos clérigos".
Consumada a Autonomia, o Movimento Leigo passou por uma transformação com a criação das primeiras Sociedades Metodistas de Homens. Já no próprio ano da Autonomia, justamente no dia 6 de dezembro de 1930, a Junta Nacional de Educação Cristã aprovava um modelo de Estatuto para as Sociedades Metodistas de Adultos(ou de Homens ou de Senhoras),incentivandoaexistência dosgrupos societáriosnas igrejas locais.
Crescente o número dessas Sociedades, que iam sendo organizadas, houve por bem o saudoso Rev. Isnard Rocha, então Secretário Regional de Educação Cristã da antiga Região Eclesiástica do Centro, convocar o primeiro Congresso de Sociedades de Homens, que se realizou na Igreja Metodista de Bauru, no Estado de São Paulo, dos dias 16 a 20 de novembro de 1938. No dia 19, em sessão solene, foi organizada a primeira Federação das Sociedades Metodistas de Homens, a Federação Regional do Centro, que alcançava todo o Estado de São Paulo e o do Paraná.
Esse dia - 19 de Novembro - passou a ser considerado, no Calendário Metodista, como o Dia da Sociedade Metodista de Homens.
Com a consolidação do trabalho societário dos Homens Metodistas, houve por bem o Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em 1942, abolir da estrutura da igreja os cargos de Guia-Leigo Regional e Guia-Leigo Paroquial, que eram expressões da atuação do Homem Metodista a nível regional, mantendo apenas o de guia-leigo da igreja. Igualmente, por via de conseqüência, os Concílios Regionais logo a seguir cancelaram o "Dia dos Leigos" no Calendário da Igreja.
A Junta Geral de Educação Cristã, ainda nesse ano de l942, decidiu criar o distintivo oficial para as Sociedades de Homens. Através de concurso realizado através das páginas do Expositor Cristão, foram apresentadas 15 sugestões, examinadas por um grupo de pessoas indicadas pela Junta Geral. Foi escolhida a sugestão do irmão Cícero Inojosa, da Igreja Metodista de Vila Mazzei, transformada no nosso ainda hoje distintivo oficial.
A segunda Federação Regional organizada foi a da Região Norte, que alcançava os Estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Espírito Santo e o Distrito Federal, à época a cidade do Rio de Janeiro. Em meio ao ano de 1943, o não menos saudoso Rev. Almir dos Santos, na qualidade de Secretário Regional de Educação Cristã daquela Região, convocava as Sociedades de Homens sob sua responsabilidade para o que seria o Primeiro Congresso Regional dos Homens Metodistas da Região Norte.
Em 1955, o Concílio Geral aprovou a criação de novas regiões eclesiásticas, subdividindo as 3 então existentes. A Região Eclesiástica do Norte deu origem à 1a Região (Estado do Rio de Janeiro) e à 4a (Minas Gerais e Espírito Santo).Da Região Centro, formou-se a 3a Região (São Paulo Capital, a Grande São Paulo e o litoral paulista),a 5a Região (o interior de São Paulo, Brasília, Mato Grosso e Goiás) e a 6a Região (Paraná e a inclusão de Santa Catarina). Da Região Sul originou-se a 2a Região.
No que diz respeito à Primeira Região, o seu Congresso Constitutivo, portanto o primeiro, realizou-se em janeiro de 1956, sendo eleito Presidente o irmão Elyas da Silva Soares, então da Igreja Metodista de Cascadura.
Como já foi afirmado acima, tanto o Movimento Leigo primeiro e, depois, as novas Sociedades Metodistas de Homens, pautavam a sua atuação numa visão da absoluta responsabilidade que cada Homem Metodista deveria ter diante da obra que o Senhor da Igreja queria promover entre nós, brasileiros.
Essa visão de sua responsabilidade na vida da Igreja Metodista os homens preservam até hoje e sua atuação no avanço missionário do movimento metodista é manifesto. As atividades mais desenvolvidas pelas Sociedades de Homens nas igrejas locais ainda são aquelas justamente voltadas para a evangelização, na realização de cultos em casas de sócios, em pontos de pregação permanentes e outros trabalhos evangelísticos, como cultos ao ar livre, em cadeias e hospitais, além de se responsabilizarem diretamente por novos trabalhos missionários que vão se abrindo aqui e ali.
Essa é a vocação do Homem Metodista. E quando se comemora mais uma vez o seu dia, desejamos que todos possam estar alegremente cumprindo o seu dever, procurando "apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a Palavra da Verdade", como bem recomendava o Apóstolo Paulo e como nós repetimos como nosso moto oficial.
Carlos Wesley