Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 16/12/2013
Celebrando o Natal: tempo de reflexão sobre o amor divino
“E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. (Lc 2.13-14)
Há mais de dois mil anos, em humilde manjedoura, em Belém de Judá, nasce uma adorável criancinha. Na plenitude do tempo irrompe, na terra, o Emanuel, Deus conosco, dádiva inaudita! É o cumprimento da profecia desse acontecimento único na história do mundo: o Deus eterno, Todo Poderoso e soberano Senhor, revela-se em forma humana, nascendo de uma mulher, para, em tudo, identificar-se com os seres humanos. Concretiza o plano de salvação engendrado nos arcanos de Deus para a restauração da humanidade, envolta nas malhas inexoráveis da Queda Universal.
Todos os anos celebramos esse glorioso dia do nascimento do celestial Infante. Reviver tão singular e miraculoso evento faz vibrar, intensamente, nossos corações e uma imensa emoção domina a sensibilidade dos cristãos. A magnificência desse fato extraordinário a todos deslumbra, fascina e encanta. O passado se faz presente, e a mística da manjedoura se atualiza qual ditosa reedição daqueles dias remotos da aurora do Cristianismo.
Sinos bimbalham, pinheirinhos tremeluzentes assemelham-se ao brilho das estrelas que iluminaram o firmamento naquela Noite Santa. Indescritível sentimento acalenta os nossos corações. Tudo é expectativa, gratidão, amor e ternura.
O Natal é a época oportuna para refletir e meditar sobre a extensão imensurável do amor divino e sobre a suprema grandeza do Seu inefável gesto; é o momento para erguer os mais solenes e sinceros louvores ao excelso Deus glorificando-O pelo envio de Seu amado Filho, mistério insondável de Deus e tão extraordinário ato salvífico. O nosso mais imperioso e urgente compromisso, no tempo e na eternidade, é louvá-Lo, engrandecê-Lo e glorificá-Lo.
Glorificá-Lo é preencher nossos corações do mais intenso reconhecimento por essa atitude emanada da Providência; é estabelecer o propósito de viver vida justa e íntegra fazendo brilhar a nossa luz diante dos homens para que vejam as nossas boas obras e glorifiquem a Deus que está nos céus; é nossa total submissão ao senhorio de Seu Filho e fidelidade aos Seus ensinos.
Natal é a Boa Nova de alegria para todos os povos consubstanciada no derramamento do Amor eterno em todos os corações. É glorificar a Deus, celebrar a paz e a reconciliação entre Deus e os homens.
A paz proclamada pelos anjos não é apenas a absentia belli, ausência da guerra entre as nações, mas é também a disposição de deixar florescer e frutificar dentro de nós, no mais íntimo de nosso ser, a opção por uma vivência amorosa, solidária e fraterna, pautada pela perfeição dos princípios da ética cristã. É a extinção dos conflitos, da violência em todas as suas horrendas e inimagináveis formas e dimensões, realidades exibidas, cotidianamente, pela mídia.
A paz é o equilíbrio social, político, econômico e a célere implantação da justiça, sem discriminação, em benefício de todas as classes sociais; é possibilitar o livre exercício do direito constitucional à segurança, à integridade física, à moradia digna, à alimentação, ao vestuário, à educação e à saúde; é a extinção do egoísmo, da ganância, da corrupção, da ambição e das obras da carne, substituídas pelos frutos do Espírito.
A paz inundará a todos os corações como as águas cobrem o mar e abrangerá toda a terra, quando todos amarem a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos, e andar como Jesus andou, e amar como Jesus amou.
A palavra paz é o shalom da língua hebraica. Constitui o pressuposto da harmonia entre a criatura e o Criador; da amizade e da conciliação entre os povos. É viver em um estado de calma e tranquilidade, confiança no futuro, livre de agitação e discórdia. É a manutenção da ordem social sem violência.
Já estamos no terceiro milênio, entretanto, muitos ainda não compreenderam, plenamente, o espírito do Natal que se expressa em forma de altruísmo, abnegação, amor e doação de si mesmo em favor do outro.
A compreensão do mistério e dos desígnios divinos ainda está ofuscada pela tirania da maldade e da desobediência, consoante a narrativa de Gênesis 2, versos 1 a 6. Os deuses destes séculos cegaram a visão e obstruíram o entendimento dos profanos para que não lhes raiasse a luz do Evangelho.
Inspirados na celebração deste NATAL, que todos os povos e todas as famílias, em todos os lugares, possam entoar, em uníssono, a sublime melodia dos anjos, conclamando a humanidade para dar Glória a Deus e difundir a Paz. Entoai, ó continentes, louvor em sons ardentes; cantai, ó Cristandade, por toda a eternidade, glorificado seja Deus.
Estamos aguardando, Senhor, uma vez mais, no decurso de nossas vidas transitórias e efêmeras, a chegada deste Natal.
Queremos ver a universal restauração da imagem de Deus, a santidade, a fraternidade, a dignidade humana, a bondade e o amor.
Queremos cantar e louvar, em uníssono, com a multidão da milícia celestial louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens a quem Ele quer bem”.
Rev. Dr. Ivam Pereira Barbosa
Redator e Editor do Informativo Regional da 5ª RE
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