Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
carta de uma leiga aos delegados do Concílio Geral
Queridos/as colegas pastores/as:
O motivo deste, é para soltar algo que está calado como uma súplica dentro do meu coração.
Tenho tentado entender e processar tudo que tenho ouvido e lido a respeito da decisão do 18º Concílio, sobre retirar a nossa Igreja de qualquer orgão que esteja a Igreja Católica.
Sinceramente essa frase me chocou. Até consigo entender o grito dos/as amados/as colegas pastores/as e dos/as leigos/as delegados/as, que não aguentavam mais ver a nossa Igreja tão envolvida com alguns orgãos e de certa forma tão crítica em relação a outras denominações também protestantes, afinal, ainda somos protestantes...ou não????? A culpa de tudo isso, foi nossa, que não envolvemos nossos/as irmãos/ãs em amor, de nós tornamos arrogantes com o nosso saber e nos distanciamos daqueles que querem também lutar mas foram menosprezados talvez por demonstrar a sua espiritualidade um pouco "avivada" ou demais "avivada" para a Igreja Metodista.
Creio que ser protestante hoje é ser como Wesley, lutar pela justiça social, lutar por um ensino ou seja colégios não somente para a classe média-alta mas, escolas com o nome Metodista funcionando em lugares carentes, lutar pelos pre-conceitos e intolerâncias.
Creio que como na Reforma a Igreja Católica caminhava, e acredito ser ela uma Igreja Cristã como a nossa, temos nossa raiz nela, mas que por causa de "homens", ela foi perdendo o verdadeiro sentido missionário, e passou a ter tantas regras, tantas indulgência, tanta riqueza para si e não mas para dividir como nos tempos dos apóstolos, que foi-se necessário o GRITO da reforma, radical sim mas, mas necessário.
Precisava haver um alerta, alguém que gritasse "Estamos indo na direção errada", para poder parar e se repensar a caminhada. Hoje depois de tanto tempo, podemos caminhar de novo em direção ao outro, ao irmão católico, aos irmãos pentecostais, aos tradicionais e aos neos-pentecostais, Podemos dialogar entre nós, exerger o perdão, colocar metas as quais possamos caminhar, não importando se somos um pouco diferentes mas acima de tudo, com muito respeito. entre nós.
Não podemos esquecer a causa por que os mártires morreram que foi levar o amor de Jesus a todas as criaturas, sem preço, sem prisões, apenas com uma frase: "Siga-me" e essa missão é pra todos/as.
A cada dia vemos que a Igreja Católica tem revisto sua caminhada e creio que tem buscado se distanciar daqueles atos que provocaram tanta dor e morte na Reforma.
Assim, acredito ser este o grito dado no concílio, talvez de forma errada no expressar mas não aguentavam mais a intolerância dentro da própria Igreja. As vezes tão solícita em fazer acordos, encontros, com algumas denominações e tão áspera, tão críticos com os da própria casa só porque gostam de louvar de braços levantados, apelidados até de "pentecostais" como se essa palavra não existisse na Bíblia ecumênica, e etc., coisas tão pequenas mas que magoam, distanciam... e que precisamos repensar e caminhar em direção ao perdão entre nós.
Não passei pela Facudade de Teologia, mas entrei e vivenciei, abri-me inteira para que passasse por mim todos os ensinamentos e retive o que é bom.
Vivenciei coisas ruins como exclusões, profanações daquilo que nos é sagrado e muitas separações, muitos grupos dentro da própria "casa de profetas".
Hoje posso dizer que precisamos PARAR, fazer consertos, ter limites no nosso diálogo inter-religioso, pois todos tem seus limites, caminhamos ao contrário do que as escrituras nos diz: "OIKOUMENE - Ser um com TODOS/AS", realmente começar a exerger o AMOR, esse ÁGAPE ecumênico dentro de nossa própria casa, acabar com os muros, os grupos, precisamos ser UM/A entre nós.
A começar pelos nossos seminários, faculdades, cursos, buscar ensinar com respeito, "A começar em MIM, quebra corações..." não cantemos olhando para o nosso irmão, mas olhando dentro de nós.
Creio que não deixaremos de ser ecumênicos, está na nossa raiz, está nos nossos atos, mas precisamos rever a nossa caminhada.
Sou ecumênica, mas não esse ecumenismo que tem sido falado mas poucos tem vivenciado. desculpam-se que estão buscando qualidade e não quantidade e vemos Igrejas sem crescimento, Igrejas de manuntenção, com medo de pregar alguns textos que podem ferir o irmão, ir contra a religião do outro.
Em todos esses encontros e acordos feitos, quantas vidas foi levadas ao Pai através do testemunho de Jesus????
Que frutos podemos mostrar????? Que nome foi exaltado?????? "O nome que está acima de todos os nomes....Deus forte, Conselheiro, Maravilhoso, Pai da Eternidade e Principe da Paz,
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida ninguém vem ao Pai a não ser por mim"
Desculpe-me, mas não posso deixar de falar que Jesus é o único caminho que nos leva ao Pai. Não estou sendo intolerante mas, falando o que Jesus disse.
Me perdoe se não penso como voce, mas quero viver com voce os mandamentos de Deus e mais ainda, o que Jesus reiterou. "Amai-vos uns aos outros"
Gostaria que nesta segunda etapa do Concílio fosse revista a frase que usaram: "sair de órgãos onde a Igreja Católica estivesse presente" e quem sabe podemos dizer
" continuamos ecumênicos mas não somente com a Igreja Católica mas com todas as demais denominações, independente de filiação, respeitando-as e tendo o mesmo empenho em caminhar junto e em participar da missão e evangelização em nosso País, mas só poderemos caminhar, continuar nesta caminhada se voce meu irmão/ã metodista estiver comigo"
Na paz e em Paz!!!!!
Márcia Zanfranceschi
pastora na Igreja Metodista em Votuporanga, 5ª RE.
CARTA AOS IRMÃOS DELEGADOS DA 2ª SESSÃO DO 18º CONCÍLIO GERAL DA IGREJA METODISTA
Birigui, 09 de outubro de 2006.
Que a paz do Senhor esteja com todos os irmãos.
Durante o culto de domingo li uma nota a respeito do "ecumenismo" e, que fora votada durante o último Concilio Geral, a retirada de membros metodistas das entidades onde houvesse representatividade católica.
As pessoas se unem com objetivos, ações, trabalho em comum visando benefício para outras pessoas que tinha alguma forma de necessidade.
Gostaria que os irmãos refletissem muito sobre este assunto que não considero amplo e, sim , de uma simplicidade contagiante.
DEUS É UM SÓ!
Não há na Bíblia relato que Deus fosse Católico Romano, Metodista, Batista, Presbiteriano,.... . Acredito que as diferentes confissões existam de acordo como se visualiza Sua imagem (nós em relação a Deus) e, não somente como são relatados os fatos históricos.
Sou Católica Romana e muitíssimo bem casada com um Metodista. Em momento algum houve discriminação com minha pessoa e, nem com meu credo religioso. Nunca fiz oposição quanto ao fato de nossas duas filhas serem batizadas na Igreja Metodista, pois como católica, considero a Igreja Metodista uma confissão embasada na Palavra de Cristo.
Comentei com o meu marido como é que ficaria ele nesta situação, sendo que, conforme o artigo lido, não poderia mais estar em entidade ou instituição houvesse uma representatividade católica. A família também é uma instituição! No caso dele a esposa ( mulher e mãe das filhas ), a auxiliadora conforme a Palavra, é católica.
É um retrocesso enorme um posicionamento dessa natureza; fechar-se para outras idéias e também ideologias; fechar-se para novos amigos; fechar-se para novos irmãos.
Se todos nós somos imagem e semelhança de DEUS significa também fechar-se para DEUS.
O assunto tocou-me profundamente, pois tenho muito carinho, apreço e afinidade por muitos membros da Igreja Metodista. Eu e meu marido temos a responsabilidade de um casamento entre duas confissões. Isto é muito gratificante, estamos sempre juntos.
Aprovada, revista ou não essa decisão discriminatória, continuarei a minha jornada baseada no Amor de Deus e, com a responsabilidade de unir as pessoas cada vez mais com respeito, bem senso e, quando necessário, muita tolerância.
Espero que reflitam antes de rever, reflitam antes de votar, pois todos os metodistas estão sujeitos a ter um católico na família e, que a convivência, garanto que não é rim quando há respeito.
Em Cristo.
SILVANA RODRIGUES DAMACENO CAMARGO DE ANCHIETA