Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Carta aberta do CLAI

 

 

"Procurem manter a unidade que provém do Espírito Santo, por meio da paz que une a todos." Efésios 4.3

 

Como Conselho Latino-americano de Igrejas nos surpreende este conflito entre países irmãos como o Equador e Colômbia. O que começou na sábado 01 de Março com o anúncio da morte de um importante líder guerrilheiro das FARC em território equatoriano, converteu-se na pior crise política da região andina nos últimos tempos.

 

O Equador denuncia uma violação à sua soberania por duas ações: a presença de guerrilheiros das FARC e a ação militar ordenada pelo Governo da Colômbia em território equatoriano. Entendemos que para a solução do conflito é necessário que se condene a violação da soberania, além disso que se arbitrem medidas concretas para que não se repitam feitos como os que causaram o conflito último, com seus efeitos nocivos pelo conflito interno e a violência no país vizinho, alguns dos quais afetam à população equatoriana mais vulnerável nas províncias fronteiriças pelo domínio do narcotráfico, guerrilha, paramilitares e delinqüência.

 

A violação da soberania equatoriana por parte da Colômbia teve um dramático desenlace: o Equador rompeu relações com Bogotá e autoridades da Colômbia levantaram muito graves acusações sobre supostos acordos das FARC e o Governo de Correia.

O presidente equatoriano disse que seu colega colombiano o enganou, pois, quando o chamou por telefone, na sábado 01 de Março, para lhe informar sobre a morte do Raul Reis e outros insurgentes, disse-lhe que nas operações houveram combates, ou seja, que houve enfrentamento e que os tiros foram disparados desde o território colombiano. Mas nada disso foi verdade.  Como se comprovou com imagens no lugar dos acontecimentos, o ataque se produziu do sul para o norte, o que significa que os colombianos penetraram o território nacional equatoriano, e não houve enfrentamento como disse o presidente colombiano, pois os mortos foram encontrados em roupas íntimas e, inclusive, alguns dos guerrilheiros foram "mortos" com disparos pelas costas
.

Certamente esta é a pior crise política da região andina nos últimos tempos. Vários organismos internacionais estão buscando consertar o desencontro entre duas nações irmãs.  Também como Igrejas queremos chamar com veemência ao governo da Colômbia e do Equador a sempre insistir no diálogo. Nossos povos querem viver em harmonia e em paz. Qualquer outro cenário é indesejável.

 

Como Igrejas no Equador e Colômbia, membros do Conselho Latino-americano do Igrejas seguiremos acompanhando os diálogos em torno deste conflito com nossas orações e nossa vigilância, pois proclamamos que "A mão do Senhor não é curta para salvar, nem é surdo seu ouvido para ouvir". (Isaías 59:1). Na graça de Deus, sempre há um tempo para a reconciliação que constrói o caminho da paz.

 

Atenciosamente, em Cristo Jesus

Quito, 04 de Março de 2008.

 

 

Rev. Nilton Giese

Secretário Geral Interino do Conselho Latino-americano de Igrejas

 

Para ler a carta em espanhol CLIQUE AQUI!

 


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