Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 16/08/2012
Bispo Lockmann: Pastor/a numa Igreja de discípulos/as
1. Urgência do Discipulado.
Antes de entrarmos no nosso tema reflitamos sobre sua relevância hoje para a Igreja.
O momento em que vivemos está profundamente permeado pelas forças do mercado, em especial, o mercado globalizado. A exclusão social das multidões, sem acesso ao mercado, ao lado da valorização do sucesso pessoal de quem sabe competir ou gozar as vantagens do oportunismo, agravam a violência social. O quadro religioso se tornou confuso com a emergência dos novos critérios, distantes dos valores éticos fundados na valorização da vida, da solidariedade e do amor.
A Igreja de Cristo vive dramaticamente esse momento. Ao mesmo tempo em que se constata uma grande movimentação religiosa, com uma constante busca de Deus, as fronteiras religiosas se confundem. Cresce o divórcio com a natureza, a racionalidade, sem falar na tradição e outros elementos fundamentais para entender e viver a experiência religiosa cristã e nós, metodistas, somos visivelmente afetados/as. Dentro desse quadro, as pessoas são levadas por “todo o vento de doutrina”.
Esta breve identificação da nossa realidade põe diante de nós metodistas, em especial o corpo pastoral, a urgente necessidade de sermos discípulos e fazermos discípulos, isto é, formarmos nos nossos membros homens e mulheres de Deus, maduros na Palavra, ou como diz Paulo: “O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.” (Cl 1.28). Esta é uma motivação do nosso discipulado. Sim, trilhar um caminho de Santidade.
2. Ser e fazer discípulo, nossa prioridade pastoral.
Jesus fez uma clara opção ao investir tempo e ensino recebido do Pai nos doze que o Pai lhe dera, por isso declarou na sua oração final: “Porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.” (Jo 17.8). E nos deixou a grande comissão: “Indo fazei discípulos, batizando-os... e ensinando-os.” (Mt 28.19-20).
Jesus investiu nos 12 apóstolos e nos 70 discípulos (cf. Lc 6.12-16; Lc 10.1). Sempre, no propósito de ensiná-los a viver uma vida segundo o propósito de Deus, tomava as mais diversas situações da vida, e com simples figuras lhes ensinava o caminho a seguir: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento .” (Mt 5.21-22).
Jesus fez severas exigências aos seus discípulos, as quais, hoje, andam meio esquecidas. Deixem-me recordar algumas delas.
a. O discípulo irradia paixão por Cristo.
Nosso primeiro e decisivo compromisso, como discípulos de Cristo, deve ser com ele como Senhor e Salvador de nossas vidas. Devemos irradiar isso. Os sermões de Wesley e de Lutero são depoimentos e mensagens de corações apaixonados por Jesus e seu Evangelho. Recordando que o maior obstáculo somos nós mesmos, nossos interesses pessoais. Mas também que não faremos discípulos se não formos discípulos/as, e sendo, irradiemos esta paixão por Cristo.
b. O discípulo é alguém em decisiva e permanente união com Cristo.
Paulo dizia: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20). É a total dependência do Cristo.
c. O discípulo é alguém que reconhece e escolhe a cruz.
A cruz é uma realidade. Ainda que alguns tentem escondê-la, ela é o maior símbolo do Cristianismo. Hoje, há tentativas de transformar a fé cristã numa religião da negação do sofrimento, da exaltação, do prazer e da prosperidade. Mas o Cristianismo, embora considere alegria, prazer, prosperidade, frutos da vida cristã, não tem vergonha da cruz; pelo contrário, a considera o poder de Deus. Não foge da cruz, mas a assume a cada dia. Não escolher a cruz, nos termos das palavras de Jesus, é escolher o mundo, é perder a verdadeira vida.
d. O discípulo é que segue a Cristo, e dele aprende.
A expressão freqüente de Jesus aos discípulos foi segue-me. Somos seguidores de Jesus, e isso significa andar com ele, andar nos seus caminhos e não nos nossos caminhos: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mt 11.29).
e. O discípulo persevera em obediência na Palavra.
Jesus deixa claro que segui-lo é andar em obediência à sua Palavra: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.” (Jo 8.31). Esse é também um caminho de bênção e de sentir o cuidado do Senhor a nós: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (Jo 15.7).
f. O discípulo que é pastor/a e líder se torna modelo para o rebanho.
“Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.” (1Tm 1.16)
Que grande responsabilidade ser modelo para o rebanho, ser modelo para o mundo. É isto que Deus espera do/a Pastor/a como discípulo e discipulador.
Paulo de Tarso Lockmann
Bispo Presidente da 1ª Região Eclesiástica
1. Urgência do Discipulado.
Antes de entrarmos no nosso tema reflitamos sobre sua relevância hoje para a Igreja.
O momento em que vivemos está profundamente permeado pelas forças do mercado, em especial, o mercado globalizado. A exclusão social das multidões, sem acesso ao mercado, ao lado da valorização do sucesso pessoal de quem sabe competir ou gozar as vantagens do oportunismo, agravam a violência social. O quadro religioso se tornou confuso com a emergência dos novos critérios, distantes dos valores éticos fundados na valorização da vida, da solidariedade e do amor.
A Igreja de Cristo vive dramaticamente esse momento. Ao mesmo tempo em que se constata uma grande movimentação religiosa, com uma constante busca de Deus, as fronteiras religiosas se confundem. Cresce o divórcio com a natureza, a racionalidade, sem falar na tradição e outros elementos fundamentais para entender e viver a experiência religiosa cristã e nós, metodistas, somos visivelmente afetados/as. Dentro desse quadro, as pessoas são levadas por “todo o vento de doutrina”.
Esta breve identificação da nossa realidade põe diante de nós metodistas, em especial o corpo pastoral, a urgente necessidade de sermos discípulos e fazermos discípulos, isto é, formarmos nos nossos membros homens e mulheres de Deus, maduros na Palavra, ou como diz Paulo: “O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.” (Cl 1.28). Esta é uma motivação do nosso discipulado. Sim, trilhar um caminho de Santidade.
2. Ser e fazer discípulo, nossa prioridade pastoral.
Jesus fez uma clara opção ao investir tempo e ensino recebido do Pai nos doze que o Pai lhe dera, por isso declarou na sua oração final: “Porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.” (Jo 17.8). E nos deixou a grande comissão: “Indo fazei discípulos, batizando-os... e ensinando-os.” (Mt 28.19-20).
Jesus investiu nos 12 apóstolos e nos 70 discípulos (cf. Lc 6.12-16; Lc 10.1). Sempre, no propósito de ensiná-los a viver uma vida segundo o propósito de Deus, tomava as mais diversas situações da vida, e com simples figuras lhes ensinava o caminho a seguir: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento .” (Mt 5.21-22).
Jesus fez severas exigências aos seus discípulos, as quais, hoje, andam meio esquecidas. Deixem-me recordar algumas delas.
a. O discípulo irradia paixão por Cristo.
Nosso primeiro e decisivo compromisso, como discípulos de Cristo, deve ser com ele como Senhor e Salvador de nossas vidas. Devemos irradiar isso. Os sermões de Wesley e de Lutero são depoimentos e mensagens de corações apaixonados por Jesus e seu Evangelho. Recordando que o maior obstáculo somos nós mesmos, nossos interesses pessoais. Mas também que não faremos discípulos se não formos discípulos/as, e sendo, irradiemos esta paixão por Cristo.
b. O discípulo é alguém em decisiva e permanente união com Cristo.
Paulo dizia: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20). É a total dependência do Cristo.
c. O discípulo é alguém que reconhece e escolhe a cruz.
A cruz é uma realidade. Ainda que alguns tentem escondê-la, ela é o maior símbolo do Cristianismo. Hoje, há tentativas de transformar a fé cristã numa religião da negação do sofrimento, da exaltação, do prazer e da prosperidade. Mas o Cristianismo, embora considere alegria, prazer, prosperidade, frutos da vida cristã, não tem vergonha da cruz; pelo contrário, a considera o poder de Deus. Não foge da cruz, mas a assume a cada dia. Não escolher a cruz, nos termos das palavras de Jesus, é escolher o mundo, é perder a verdadeira vida.
d. O discípulo é que segue a Cristo, e dele aprende.
A expressão freqüente de Jesus aos discípulos foi segue-me. Somos seguidores de Jesus, e isso significa andar com ele, andar nos seus caminhos e não nos nossos caminhos: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mt 11.29).
e. O discípulo persevera em obediência na Palavra.
Jesus deixa claro que segui-lo é andar em obediência à sua Palavra: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.” (Jo 8.31). Esse é também um caminho de bênção e de sentir o cuidado do Senhor a nós: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (Jo 15.7).
f. O discípulo que é pastor/a e líder se torna modelo para o rebanho.
“Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.” (1Tm 1.16)
Que grande responsabilidade ser modelo para o rebanho, ser modelo para o mundo. É isto que Deus espera do/a Pastor/a como discípulo e discipulador.
Paulo de Tarso Lockmann
Bispo Presidente da 1ª Região Eclesiástica
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