Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 25/04/2012
Bispo do Paraguai afirma que discipulado mexe no coração
O bispo da Igreja Metodista no Paraguai, Pablo Mora, faz uma avaliação positiva do encontro com o Conselho de Bispos e Comissão Diretiva do Ciemal realizado no mês de abril, em São Paulo. Na entrevista, o bispo afirma da relevância do tema do discipulado como um fator predominante nas Igrejas da América Latina e Caribe, além de algumas parcerias firmadas no encontro. Leia na íntegra abaixo.
Qual avaliação o bispo faz do encontro do Ciemal?
Creio que o encontro foi emergencial. Acredito que de todos os encontros do Conselho dos Bispos e da Comissão Diretiva, este foi o melhor porque todos/as estavam totalmente envolvidos/as e com interesse comum. A partir de agora o trabalho do Ciemal será muito mais abrangente e com maior compromisso dos bispos e da Comissão Diretiva porque as pessoas entendem mais a situação atual.
As Igrejas Metodistas da América Latina e Caribe buscam no Ciemal uma forma de apoio?
Tem-se falado muito nas Igrejas das necessidades, dos países sofrendo muito com falta de atenção. O Ciemal acaba sendo uma esperança para todas essas pessoas. O Ciemal vai ter que buscar formas para satisfazer todas as necessidades dos países pensando na pobreza do nosso povo. Temos mencionado muito, por exemplo, a República Dominicana e Haiti. Estamos conversando e creio que há uma nova esperança apesar de ter uma Assembléia Geral em maio do próximo ano. A cabeça dos bispos/a como dos leigos/a que fazem parte da Comissão Diretiva está mais encantada com o que pode ser feito a partir desse encontro.
Foi feito algum tipo de aliança ou parceria nesse encontro?
O Ciemal é um meio, e quando alguma Igreja precisa ela busca recurso em algum lugar. Penso que com esta nova função que estamos começando a ocupar, os planos estratégicos irão funcionar mais, iremos bater nas portas onde iremos conseguir mais apoio também. Além disso, conversando com todos, na América Latina tem Igrejas que tem condições de sustentar a si mesmo e ajudar as outras. Falou-se entre bispos que antigamente as Igrejas do Sul olhavam e esperavam do Norte; agora estão falando Sul com Sul e Norte com o Norte.
Quando se fala em Norte pensamos logo nos Estados Unidos. Geralmente quando se pensa em recurso, logo se pensa também em dinheiro. Creio que não é só isso. Na Igreja do Brasil, por exemplo, várias regiões estão fazendo parcerias com o Peru, Argentina, Uruguai e Paraguai que também tem algumas parcerias com a 5ª Região e alguns voluntários da 6ª.
Apresentei a possibilidade de que eles fossem para outras Igrejas, mas os bispos acharam melhor que as pessoas viessem para o Brasil para serem ministradas. Ninguém pode ensinar sobre o discipulado se não passar por ele. É preciso ser ensinado para depois ensinar.
Há alguma parceria com o Paraguai? Isso pode provocar algumas mudanças?
O mais relevante para nós é o tema do discipulado. Isso tem mexido em nossos corações. Vamos colocar isso em prática agora. Vai haver mudança sim, e isso será notado. A Igreja do Paraguai é muito grata pelas orações e apoio que nos tem dado. Gostaria que a Igreja Metodista brasileira continuasse sendo nossa parceira. A 1ª Região tem nos ajudado com um grupo; assim como a 6ª que nos apoia com um casal de missionários que estão praticamente há uns 21 anos no Paraguai.
A 5ª Região a qual servi e passei um tempo maravilhoso do pastorado no Brasil, tem sido nossa parceira muito de perto. Esperamos que outras regiões possam participar também. Gostaríamos de ter uma parceria muito maior já que Brasil e Paraguai têm fronteiras muito grandes, começando no sul do Mato Grosso indo até o Paraná. Esperamos trabalhar mais juntos. Somos 42 Igrejas Metodistas no Paraguai em 24 anos completados dia 9 de abril. Temos 27 pastores paraguaios, três missionários americanos e um casal de missionários brasileiros e, além dessas pessoas, temos também os seminaristas que estão no trabalho da Igreja.
No Plano Estratégico consta a Comunicação do Evangelho como uma das prioridades. Como fazer isso?
O bispo Carlos Alberto, da Rema, é um homem muito experiente e deu um estudo sobre o discipulado para nós. Disse que o discipulado começa no Antigo Testamento mencionando Juízes e foi um despertar para nós bispos e nos animou muito. O bispo presidente da Igreja Metodista no Uruguai também expôs o tema do discipulado. Os dois bispos são instrumentos de Deus para falar. O discipulado tem sido a forma como a Igreja tem crescido. O bispo Carlos Alberto mencionou que foi pastor da Igreja de Teresópolis e começou com 200 membros e hoje a Igreja está com mais de mil membros.
O discipulado pode ser considerado um estilo de vida?
O discipulado tem uma conotação muito importante como o bispo Nelson Leite afirmou na abertura do encontro. É um estilo de vida sim. Olhando os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João percebemos isso, mas principalmente Mateus; quando Jesus ensina no sermão do monte das bem aventuranças. Ele fala do comportamento daqueles que são de Deus. Isso é discipulado; mudar o estilo de vida! Isso tem que ser ensinado nas Igrejas, pois é uma forma de evangelizar com compromisso, é falar de Jesus, ganhar as pessoas para Cristo, e ensinar capacitar instruir e enviar para que haja a multiplicação.
Rev. José Geraldo Magalhães
Comunicação Sede Nacional da Igreja Metodista
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