Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 04/12/2012
Bispa Marisa de Freitas estimula reflexão sobre o Natal
A diversidade de gosto realmente pode impressionar. Para quem ama ficção, por exemplo, um texto com cunho matemático, pode ser o mais desagradável possível. Já os/as amantes da matemática percebem a mais perfeita poesia no conjunto dos números. Seja como for, o certo é o que o objeto amado tem significados que só a alma explica.
Assim é a Bíblia para quem a tem como uma carta valorosa do Pai amado. Bem diz o apóstolo Paulo: o que se lê não são apenas palavras – são pura fonte de vida. Lendo com a experiência da conversão, cada parágrafo se transforma em poesia marcada por anúncios da verdade que transforma.
Mas e que tem o Natal com isto? Boa pergunta. Já a resposta não é assim tão fácil de emitir. Entretanto, Evangelho não é mesmo caminho de facilidades. Se é assim, mãos ao texto!
Natal é Natal
Pois é. Natal é Natal. Jesus é a grande celebração desta festa. Deus Filho vem morar entre nós, para nos salvar. Desconforto grande para Ele: deixar o Paraíso Celestial para vir nascer numa estrebaria e conviver com todo tipo de gente. Já imaginou a cena? Num século em que o sucesso se dá em obter mais e mais bens (e títulos, e glamour, e popularidade, e...), Deus resolve deixar sua Sala do Trono para nascer quase no anonimato. Coisa mais maluca! Maluca?! Pois foi só o começo. Aqui só se destacará um detalhe de toda esta “loucura” de Deus.
No princípio era assim
Era assim: árvores frondosas, rios de águas cristalinas, animais sem risco de extinção, frutas, legumes e verduras para alimento, estações do ano vigorando, sem engarrafamento, sem internet, sem Aldrin na lua, sem... Deus criou o mundo e o deu à criatura – coisa de Pai que ama filho/a. Depois, com o tempo, assessorado pela criatura contaminada pelo pecado, tudo foi sendo transformado.
Muitas maravilhas surgiram: casas de alvenaria, edifícios, centros urbanos, estradas pavimentadas, saneamento básico, moeda, comércio, lucro, enriquecimento, faculdade, indústrias, trabalho, remuneração, poder público, Apolo 11 (nave que levou os primeiros homens à lua – e isto não é ficção), celular, trens-bala...
O mundo primitivo, dos/as “índios” e “nativos”, deu lugar ao mundo moderno, da geração globalizada, do desenvolvimento da ciência, do combate às infecções, dos avanços tecnológicos. Maravilha mesmo! Viu como tudo mudou?
Mudou mesmo
Sem dúvida que o ser humano tem demonstrado o quanto é capaz de realizar. Porém, se você observar bem, verá que a capacidade para pecar (transgredir os limites que são da sua própria condição de criatura) também demonstra o potencial humano. O desenvolvimento das benesses acompanha-se das atrocidades e barbaridades sem fim.
Anos atrás a maldade comum nas cidades era o “roubo das galinhas dos quintais alheios”. Hoje, no mundo moderno, o crime menor é anunciar que tudo é relativo e, portanto, fugaz. O que implica em fazer acreditar que não há o que se fazer – o melhor é acomodar-se aos princípios da pós-modernidade e adaptar-se. Assim seguimos nós outros/as, como se tal realidade fosse um “destino” imutável. Então os propósitos de Deus já não cabem neste mundo tão moderno e “maravilhoso”.
Mas a alegria ainda tem espaço – por isto brinquemos de Natal: árvores, festas, muitos presentes, muitos encontros – todos/as realizados como se fossem parte de uma encenação temporária. Daqui a pouco “bate o sino” e a festa acaba. Amanhã será dia de trabalho, de internet, de negócios... E Jesus? Guardado para quando for necessário. Embalado junto com os enfeites de natal.
Enquanto isto
Enquanto isto, lá na estrebaria, Maria e José acolhem o menino. Enquanto isto o Natal de Jesus acontece: a estrela de Belém anuncia que Deus continua firme no seu propósito de não desistir deste mundo criado. Enquanto isto os/as que crêem saem de longe para conhecer e presentear o garoto. Enquanto isto Deus mantém o plano de salvação e convida para o Natal.
Conclusão
É assim que se lê sobre o Natal na Bíblia. Não havia neve em Belém. As luzinhas artificiais não estavam acesas. Não houve quem abrigasse aquela parturiente de Nazaré, acompanhada do esposo e do seu jumentinho. Não houve ceia farta. Nem muitos presentes para o recém nascido. E nem muitas visitas. A festa acontecia na cidade – e Jesus nascia, em anonimato, na periferia da cidade.
E enquanto houver Marias, Josés, estrebarias e mundo criado, haverá Natal de Jesus Cristo. Hoje é Natal - neste país do café, do julgamento do mensalão, das lojas cheias, das crianças famintas, das mesas fartas, dos ônibus lotados, das mulheres grávidas às portas das maternidades, dos animais dizimados, das mãos que abraçam, dos/as fiéis que cantam e das seduções que encantam.
Hoje é Natal no país do café – vinde e adoremos!
Bispa Marisa de Freitas
Presidente da Região Missionária do
Nordeste – Remne
A diversidade de gosto realmente pode impressionar. Para quem ama ficção, por exemplo, um texto com cunho matemático, pode ser o mais desagradável possível. Já os/as amantes da matemática percebem a mais perfeita poesia no conjunto dos números. Seja como for, o certo é o que o objeto amado tem significados que só a alma explica.
Assim é a Bíblia para quem a tem como uma carta valorosa do Pai amado. Bem diz o apóstolo Paulo: o que se lê não são apenas palavras – são pura fonte de vida. Lendo com a experiência da conversão, cada parágrafo se transforma em poesia marcada por anúncios da verdade que transforma.
Mas e que tem o Natal com isto? Boa pergunta. Já a resposta não é assim tão fácil de emitir. Entretanto, Evangelho não é mesmo caminho de facilidades. Se é assim, mãos ao texto!
Natal é Natal
Pois é. Natal é Natal. Jesus é a grande celebração desta festa. Deus Filho vem morar entre nós, para nos salvar. Desconforto grande para Ele: deixar o Paraíso Celestial para vir nascer numa estrebaria e conviver com todo tipo de gente. Já imaginou a cena? Num século em que o sucesso se dá em obter mais e mais bens (e títulos, e glamour, e popularidade, e...), Deus resolve deixar sua Sala do Trono para nascer quase no anonimato. Coisa mais maluca! Maluca?! Pois foi só o começo. Aqui só se destacará um detalhe de toda esta “loucura” de Deus.
No princípio era assim
Era assim: árvores frondosas, rios de águas cristalinas, animais sem risco de extinção, frutas, legumes e verduras para alimento, estações do ano vigorando, sem engarrafamento, sem internet, sem Aldrin na lua, sem... Deus criou o mundo e o deu à criatura – coisa de Pai que ama filho/a. Depois, com o tempo, assessorado pela criatura contaminada pelo pecado, tudo foi sendo transformado.
Muitas maravilhas surgiram: casas de alvenaria, edifícios, centros urbanos, estradas pavimentadas, saneamento básico, moeda, comércio, lucro, enriquecimento, faculdade, indústrias, trabalho, remuneração, poder público, Apolo 11 (nave que levou os primeiros homens à lua – e isto não é ficção), celular, trens-bala...
O mundo primitivo, dos/as “índios” e “nativos”, deu lugar ao mundo moderno, da geração globalizada, do desenvolvimento da ciência, do combate às infecções, dos avanços tecnológicos. Maravilha mesmo! Viu como tudo mudou?
Mudou mesmo
Sem dúvida que o ser humano tem demonstrado o quanto é capaz de realizar. Porém, se você observar bem, verá que a capacidade para pecar (transgredir os limites que são da sua própria condição de criatura) também demonstra o potencial humano. O desenvolvimento das benesses acompanha-se das atrocidades e barbaridades sem fim.
Anos atrás a maldade comum nas cidades era o “roubo das galinhas dos quintais alheios”. Hoje, no mundo moderno, o crime menor é anunciar que tudo é relativo e, portanto, fugaz. O que implica em fazer acreditar que não há o que se fazer – o melhor é acomodar-se aos princípios da pós-modernidade e adaptar-se. Assim seguimos nós outros/as, como se tal realidade fosse um “destino” imutável. Então os propósitos de Deus já não cabem neste mundo tão moderno e “maravilhoso”.
Mas a alegria ainda tem espaço – por isto brinquemos de Natal: árvores, festas, muitos presentes, muitos encontros – todos/as realizados como se fossem parte de uma encenação temporária. Daqui a pouco “bate o sino” e a festa acaba. Amanhã será dia de trabalho, de internet, de negócios... E Jesus? Guardado para quando for necessário. Embalado junto com os enfeites de natal.
Enquanto isto
Enquanto isto, lá na estrebaria, Maria e José acolhem o menino. Enquanto isto o Natal de Jesus acontece: a estrela de Belém anuncia que Deus continua firme no seu propósito de não desistir deste mundo criado. Enquanto isto os/as que crêem saem de longe para conhecer e presentear o garoto. Enquanto isto Deus mantém o plano de salvação e convida para o Natal.
Conclusão
É assim que se lê sobre o Natal na Bíblia. Não havia neve em Belém. As luzinhas artificiais não estavam acesas. Não houve quem abrigasse aquela parturiente de Nazaré, acompanhada do esposo e do seu jumentinho. Não houve ceia farta. Nem muitos presentes para o recém nascido. E nem muitas visitas. A festa acontecia na cidade – e Jesus nascia, em anonimato, na periferia da cidade.
E enquanto houver Marias, Josés, estrebarias e mundo criado, haverá Natal de Jesus Cristo. Hoje é Natal - neste país do café, do julgamento do mensalão, das lojas cheias, das crianças famintas, das mesas fartas, dos ônibus lotados, das mulheres grávidas às portas das maternidades, dos animais dizimados, das mãos que abraçam, dos/as fiéis que cantam e das seduções que encantam.
Hoje é Natal no país do café – vinde e adoremos!
Bispa Marisa de Freitas
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