Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 16/04/2013

Artigo Questão indígena: amor ao próximo a distância

A questão do amor ao próximo ao povo indígena Kaiowá na percepção da Missão Metodista Tapeporã, durante os 35 anos de seu trabalho, foi sempre marcada pela distância. Quanto mais próximo dos indígenas está a população envolvente, maior é a ausência de amor, manifestada através de todas as formas possíveis de discriminação: bêbados, vagabundos, inoportunos, sujos, ladrões etc.

Vejamos duas situações que retratam isso de forma bem clara:

Primeira - Certo final de semana, levamos seis adolescentes (meninas) para passar um final de semana em nossa casa lhes possibilitando momentos agradáveis e incomuns ao seu dia a dia. Num desses dias, as levamos a uma loja de produtos de maquiagem.

Notei que um funcionário da loja passou a acompanhá-las de perto, mas fiquei na minha até que Ritinha se aproximou e disse bem baixinho: Pastora, aquele homem tá nos seguindo porque acha que vamos roubar. Ao que eu respondi: vá com as outras e não se incomode. E o homem continuava. Aproximei-me dele e disse: Senhor, essas meninas estão comigo, estão comprando, perceba que cada uma tem uma cestinha de compras nas mãos. Se o senhor continuar seguindo-as, vou conversar com o dono da loja. Esse homem virou as costas e procurou algo para fazer.

Segunda - Jogleimar, um adolescente de 14 anos, faz tratamento dentário na cidade. Foi orientado por seu dentista a extração de dois dentes. Após a extração seu dentista o orienta sobre, que medicamento tomar, não jogar bola, não ficar exposto ao sol, alimentação adequada e termina desta maneira: “você não pode beber”. O dentista não perguntou ao Jogleimar se ele bebia e por isso o menino entendeu que a afirmação “você não pode beber” era porque ele é um indígena e o dentista deve achar que todo índio é beberrão.

Na parábola do Bom Samaritano (Lc 10: 25-37), aqueles que deveriam atender o agredido em sua necessidade passaram ao outro lado da estrada e foram tratar de seus interesses. Mas, o samaritano, que era de um povo que não se dava com os judeus e o agredido era um judeu, parou, teve misericórdia, limpou os ferimentos, enfaixou, colocou em seu cavalo, levou a uma hospedaria para ser cuidado. Antes de seguir viagem para tratar de seus compromissos, pagou ao hospedeiro, dizendo que se fosse gasto mais na volta de sua viagem, ele acertaria sua dívida...

Pra. Maria Imaculada Costa – Pessoa de referência Nacional para questão indígena
Pr. Paulo da S. Costa – Coordenador da Missão Metodista Tapeporã

Leia o artigo completo no Expositor Cristão



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