Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 11/10/2011

Artigo: Missão, Igreja e meio ambiente

O tema que vai iluminar o Plano Nacional Missionário aprovado pelo 19o Concílio Geral, para o quinquênio 2012-2016 será: DISCÍPULOS E DISCÍPULAS NOS CAMINHOS DA MISSÃO.

Na verdade, a ênfase: “Missão, igreja e meio ambiente” tem uma grande ressonância, à luz do tema aprovado. Na verdade, Discípulos e Discípulos caminham nas estradas da vida e, lamentavelmente, as estradas estão poluídas, bem como os impactos causados pela desobediência humana por não cuidar do chamado planeta terra.  Nesse sentido, o pecado tem atingido o clima, águas, a fauna, a flora e os reflexos estão ai: o efeito estufa, emissão de gases tóxicos, mudanças climáticas, poluição dos rios, desmatamentos das áreas florestais e, igualmente, o desenfreado consumo presente em nossa sociedade. Nesse cenário, todos nós sofremos, à luz do testemunho do Apóstolo Paulo: “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angustias até agora” (Rm 8.12). Sim a criação geme e, igualmente, todos nós gememos em função da exploração indevida dos recursos naturais.  

Na minha perspectiva, o grande desafio para a Igreja, à luz dessa ênfase é, na verdade, eleger ações práticas e educativas para o nosso povo.

•    Primeiramente, precisamos reafirmar o nosso compromisso com a totalidade da vida nos termos da declaração do Salmista Davi: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nele se contém, o mundo e os que nele habitam (Sl 24.1).  A partir dessa declaração, o Credo Social da Igreja Metodista acrescenta: “.... por isso proclamamos  que o pleno desenvolvimento humano, a verdadeira segurança e ordem sociais só se alcançam no medida em que todos os recursos  econômicos  e os valores institucionais estão a serviço da dignidade humana, na efetiva justiça social”.
•    De igual maneira, a Igreja precisa ler a Bíblia a partir dos desafios do meio ambiente.  Nessa direção, são riquíssimas nas narrativas da criação. Por isso, o projeto de Deus passa pela criação (Gn 1-2) e, consequentemente, encerra com a criação restaurada, à luz do ensino apocalíptico:

“Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como um cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e o Cordeiro. Os seus servos o servirão”( Ap 22. 1-3).

•    Precisamos eleger ações concretas na vida da Igreja, objetivando ensinar o nosso povo a cuidar, ou seja, alcançando todas as faixas etárias da Igreja.   Nesse caso, a igreja deveria dar um testemunho concreto, por exemplo, cuidando dos jardins da Igreja, adotando uma praça para cuidar, plantando árvores, dizendo um não aos produtos descartáveis (cada membro da igreja deveria ter o seu caneco, seu prato etc.), construir lixeiras para o lixo seletivo (no Brasil apenas 8% dos municípios brasileiros têm coleta de lixo seletivo – quantas igrejas temos?,  não desperdiçar água (verificar se as torneiras estão vazando, bem como, os vasos sanitários ) etc.

Nessa linha pastoral, espera-se proatividade do povo de Deus que afirma o valor da vida, bem como apoiando todas as entidades comprometidas com a preservação do meio ambiente, na perspectiva do reino de Deus. Por isso, “os discípulos e as discípulas nos caminhos da missão” cuidam da natureza para que tenhamos um mundo habitável, bem como testemunham     que a evangelização tem um compromisso com o meio ambiente.

Adriel de Souza Maia

Bispo da Igreja Metodista - Presidente da Terceira Região Eclesiástica


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