Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 12/12/2011

Artigo: Bispo Nelson escreve sobre Encontro com Deus

Lembro-me com saudades quando, no passado, começávamos o culto cantando:

Nesse dia feliz, nesse santo lugar,
Eu marquei um Encontro com Deus.
Seu amor é real, sua paz gozarei,
Eu marquei um Encontro com Deus.

Esse cântico marcou a vida de muitas pessoas, apesar dele não expressar exatamente a realidade  de um Encontro com Deus.

Quem toma a iniciativa desse Encontro, não somos nós, é Deus. Ele nos amou primeiro e desde o momento em que pecamos, Deus toma a iniciativa de nos procurar: “Adão, Adão, onde estás?” É o clamor angustiante de um Pai que anseia o re-encontro com o Seu Filho. Esse fato é recolocado na Parábola do Filho Pródigo, que na verdade é mais adequado chamá-la de Parábola do Amor Paterno.

Todo o Antigo Testamento revela as buscas constantes de Deus pelo ser humano visando restabelecer o Seu relacionamento com Ele.

É especificamente em Cristo que esse Encontro se estabelece, na medida em que as pessoas passam a aceitar a gratuidade do Amor Paterno.

Em minha vida pessoal sempre valorizei os meus Encontros com Deus. Houve muitos, pois sempre temos algo em nós que carece mais da Graça de Cristo em quem devemos continuamente crescer em todas as dimensões da vida.

Participei de muitos Encontros de Espiritualidade, de Retiros, Seminários, etc., tendo inúmeras experiências pessoais de espiritualidade, que guardo na minha intimidade com Deus, sem com isso sentir-me superior ao menor dos meus irmãos da fé. Hoje tem sido dada muita ênfase a Encontros com Cristo, Encontros com Deus e uma infinidade de Encontros, nessa multiplicidade de agrupamentos evangélicos, cada um com suas ênfases específicas.

Tivemos um período no Brasil, em  algumas de nossas Regiões, encontros denominado de “Caminhada de Emaús”, levando muitas pessoas e famílias a um Encontro com Cristo e um aprofundamento da intimidade da espiritualidade com Deus.

Continuamente surgem novos movimentos, que sem conhecer a história da dinâmica da vida cristã, dos Avivamentos e da própria Igreja, se arvoram em estabelecer como um elemento determinador da espiritualidade individual e comunitária da vida cristã, chegando ao ponto de estabelecer como  obrigatoriedade a participação em tais Encontros.

Inclusive, contrariando as determinantes bíblicas e eclesiais, condicionam as pessoas a terem a sua participação na sua Comunidade, liderança e no Movimento de Dons e Ministérios vinculadas a terem tido ou não participado de um Encontro com Deus e suas sequências.

No movimento do Discipulado, segundo a tradição wesleyana e metodista, recomenda-se em sua implantação a realização de Encontros na vida de nossas comunidades, segundo os fundamentos bíblicos e wesleyanos.

É saudável  e recomendável vivenciarmos em nossas Comunidade Locais, Distritais e Regionais, se não também Nacional,  Encontros de Espiritualidade com Cristo que visem aprofundar a nossa intimidade com Deus, o nosso relacionamento uns com os outros (as) e o crescimento em maturidade em nossa forma de ser missionária. Todavia a nossa participação em tais movimentos ou Encontros não acrescentará  méritosa nós e a ninguém por ter participado ou não.

Na Fé Cristã tudo é Graça, dom de Deus, dádiva de Cristo, de cujo mérito dependemos todos (as) nós. “Em Cristo Jesus não há  judeu ou grego, homem ou mulher, escravo ou livre, encontrista ou não...pois n’Ele todos somos Um e carentes continuamente da Sua Graça.

Ouvi uma pessoa dizer: “Se você não fizer o Encontro com Deus não é salvo”. Que engano!
Da mesma forma tenho ouvido: “se você não  fala língua estranha  não tem a salvação”. Se você não....! Cuidemos de não perdermos o fundamento básico de nossa fé e vivência cristã: JESUS. E ESSE CRUCIFICADO E RESSUSCITADO. Carecemos, sim, seguindo a Verdade e o Amor, Crescer em Tudo naquele que é o Cabeça, Cristo...” Ef. 4.1.

Paulo nos diz em Gálatas 1: Mesmo que um anjo venha a você e lhe revele um “Outro Evangelho”, seja considerado anátema!

Tenhamos Encontros, sim. Encontros que nos levem a crescer em Cristo, a nos amar mais uns aos outros, a ser uma Comunidade fundada na Graça, que louva, adora, proclama, testifica, é serva, acolhe as pessoas, ora por elas, vivencia as suas carências e necessidades, vivencia a comunhão, unidade e fraternidade, glorificando  ao Pai em todas as dimensões da vida.


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