Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Aposentadoria de pastores

 

   

Lendo os novos Cânones de nossa Igreja, aprovados no último Concílio Geral, fiquei abismado com algumas coisas. Mas especialmente com os artigos 208 a 219. Num momento em que o mundo avança, nossa Igreja parece querer regredir. Por exemplo: O próprio governo brasileiro concede aposentadoria compulsória por idade aos que completam 70 anos. E a Igreja determina que seja 65.

Na minha visão, isso é absurdo, uma vez que estamos melhorando a qualidade de vida das pessoas da terceira idade e até as empresas estão contratando, hoje em dia, pessoas mais velhas, mais experientes - mesmo porque o Brasil de hoje não é mais um país de jovens. Assim, as nossas igrejas também estão, em média, mais envelhecidas. Tenho certeza de que cada caso é um caso. Se um Bispo levar ao seu Concílio Regional todos os casos de pastores e pastoras com 65 anos para serem aposentados correrá o risco de estar cometendo uma grande e irreparável injustiça com muitos (as) colegas. Existem colegas que mesmo tendo menos de 65 anos não estão mais em condições físicas para o exercício do Ministério ou mesmo de qualquer outra função. No entanto, existem aqueles que, mesmo depois dos 70 estão firmes e fazendo um excelente pastorado. A palavra compulsória é muito dura. Aposentar alguém compulsoriamente só por ter atingido 65 anos é temerário e, em muitos casos, uma violência.

  Também não se justifica a fala de alguns, quando afirmam que os velhos têm de ceder espaço aos novos que estão chegando. Falam isso tratando o Santo Ministério como uma simples profissão, se esquecendo de que houve um chamado de Deus, uma vocação. O verdadeiro pastor tem um chamado divino e o chamado divino não vê como vê o homem. Vejam qual era a idade de Abrão quando foi chamado (Gen. Cap. 12). Deus vê capacidade e virtude onde o homem não pode ver. Eu já estava desconfiado que isso fosse acontecer mais cedo ou mais tarde com a secularização do curso de bacharel em teologia pela nossa Fateo. Os pastores e pastoras que já estavam sendo vistos como meros profissionais ficaram ainda mais expostos a esse conceito.  Amados, o que está acontecendo não é o excesso de contingente e, sim a falta de crescimento da Igreja para absorver aqueles e aquelas que se sentem chamados (as) para o pastorado!  A Igreja ficou muito tempo discutindo picuinhas e esqueceu de evangelizar, esqueceu de que crescer era necessário. Agora descarta seus velhos pastores. Pessoas que abriram mão de todo um projeto de vida pessoal para se dedicarem ao Ministério da Palavra. São pessoas que, no auge de suas mocidades abraçaram essa causa por convicção vocacional. Não podem agora, serem deixadas de lado quando ainda estão frutificando na obra do Senhor.  

Rev. Jesué Francisco da Silva (Presbítero ativo da Igreja Metodista)

 


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