Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Anivaldo Padilha fala do filho que está à frente do Ministério da Saúde
Alexandre Padilha assume a pasta da “Saúde” esse torna o mais jovem Ministro do atual governo
No final do ano passado, Anivaldo Padilha, metodista e membro da equipe de assessores de Koinonia anunciou rapidamente em uma das reuniões da Rede Cristã “Fale São Paulo” que o nome de seu filho, Alexandre Padilha, estava entre as indicações para o Ministério da Saúde. "Eu falei para ele pensar bem, mas que seria bom sim, ele estar lá", disse Anivaldo. Pois é, parece que Alexandre ponderou e aceitou a indicação para a pasta da “Saúde”. Com 39 anos, ele se tornou o mais jovem ministro do atual governo.
"Qualquer pai se sentiria orgulhoso de ver um filho jovem assumir uma representação grande e ter sido nomeado pelas qualidades que tem. Afinal, nós viemos de uma família que não teve nenhum laço com a elite brasileira. Essa é a maior alegria dos pais: ver que os filhos foram muito além de nós. Na realidade, a participação dele no governo é em grande parte uma realização pessoal", afirma Anivaldo Padilha.
Segundo Anivaldo, seu filho voltará a se dedicar a área de sua formação acadêmica, a medicina. Alexandre Padilha ainda esteve à frente da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República desde setembro do ano passado.
"Como pai eu também me sinto bastante preocupado porque é um Ministério muito difícil, com o maior orçamento. Ele vai ficar mais exposto. Como pai eu preferiria que ele permanecesse onde estava, mas como cidadão eu tenho que apoiá-lo também", afirma Padilha.
O Ministro
Antes de ser nomeado ministro, ele também foi diretor Nacional de Saúde Indígena da Fundação Nacional do Índio (Funasa), órgão ligado ao Ministério da Saúde. Entre 2001 e 2003, ele coordenou projetos do Ministério da Saúde ligados ao combate da malária em povos indígenas do Pará e de cooperação entre Brasil e Suriname para o controle da doença.
Nessas funções, Padilha ganhou experiência em lidar com as demandas de prefeitos e governadores, o que o ajudou no seu papel de intermediar as relações do Executivo com o Congresso Nacional e de articular a bancada do governo nas votações na Câmara e no Senado.
O ministro é formado em medicina pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pós-graduado pelo Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Anivaldo relembra sua luta
"Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Salmo 126.5-6)
Na conversa com o Expositor Cristão, Anivaldo Padilha se lembrou das décadas da Ditadura Militar no Brasil e do período em que ficou preso e exilado. Ainda no bate papo, ele afirmou que sua luta nos tempos de chumbo valeu a pena quando viu seu filho ser nomeado Ministro da Saúde.
"Eu não vi meu filho Alexandre nascer, só pude voltar ao Brasil quando ele completou oito anos de idade. Por isso, quando olho pra ele e o vejo nessa situação de triunfo, é muito bom. Quando a mãe dele engravidou, eu tinha acabado de sair da prisão e continuei a ser muito perseguido. Chegou num ponto que não tínhamos condições de fugir. De vivermos juntos. Foi nesse período que fui obrigado a sair do Brasil. Só eu sei o quanto sofri neste momento. Ela grávida e correndo o risco de ser presa e meu filho correndo risco de morte", diz.
"Hoje, claro, sinto um sabor muito grande de vitória. Temos condições de transformar derrotas aparentes em vitórias reais e hoje vê-lo no Ministério da Saúde me dá essa sensação de vitória", celebra Anivaldo.
Padilha ainda diz que o filho continuará sempre em suas orações. "Na realidade vou orar até mais. Também gostaria de ver os metodistas orando por ele", fala Padilha.
"No mais eu desejo que ele continue a ser o que ele é, o que sempre foi. Eu tenho realmente orgulho muito grande por todos os meus filhos. São pessoas que levam a sério o trabalho deles, têm um grande compromisso social", finaliza Padilha.