Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 24/11/2011
AMAS em Juiz de Fora promove inclusão social há mais de 20 anos
Carolina Fellet / Fotos Carlos Mendonça
O acesso a banho, alimentação e vestuário é o primeiro passo para se ter cidadania. Foi pensando nisso que a Associação Metodista de Ação Social (AMAS) do bairro São Mateus, em Juiz de Fora, MG, desenvolve desde 1989 projetos sociais que visam resgatar vítimas de segregação e famílias carentes da exclusão social. O projeto funciona nas dependências da Igreja Metodista situada numa das principais avenidas da cidade: a Independência.
Atualmente, mais de oito projetos são desenvolvidos na associação. Entre eles, destacam-se: o Projeto Educar, que funciona de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h; o Projeto Emprego para Todos, que é realizado às terças-feiras, a partir das 14h; o Projeto de Artesanato, que também acontece às terças-feiras, a partir das 14h30. Às quartas-feiras, são realizados três projetos: o SOS Alimentos, o Projeto Reintegrar e o Projeto da Farmácia, que acontecem, respectivamente, às 7h da manhã, às 16h30 e às 17h30. Às quintas-feiras, a partir das 15h, é desenvolvido o Projeto Atendimento Jurídico. Além deste, às quintas e sextas-feiras, é realizado, a partir das 16h, o Projeto Vestir.
Segundo o seminarista e Presidente da Amas, Mozarqui Moreira Guida, esse projetos são elaborados de acordo com as demandas sociais que vão surgindo. O SOS Alimentos, por exemplo, funciona de duas formas: para os moradores de rua que não possuem condições de preparar a própria refeição, são distribuídos alimentos avulsos uma vez por semana. Já para as 15 famílias carentes que são cadastradas na organização, são distribuídas cestas básicas uma vez por mês.
Já no projeto Reintegrar, os assistidos têm acesso a banho, corte de cabelo, jantar, além de sessão com psicólogo e assistente social. Toda semana, cerca de 80 moradores de rua e população carente, com idade entre 18 e 60 anos, procuram a instituição, para melhorar a aparência e a autoestima e tentar conseguir um emprego.
O jantar oferecido pela Amas também movimenta bastante a sede da organização. Dez voluntários preparam mais de 25 kg de comida para os cerca de 120 assistidos que comparecem toda quarta-feira à instituição. Segundo a coordenadora da cozinha da associação, Ana Cristina Martins, além da refeição que fazem dentro da AMAS, os assistidos têm direito de levar uma porção de comida para casa.
A assistente social da organização, Fabiany Assis, destaca que a cidadania real vai além dessas ações desenvolvidas pela organização. “O ideal é que além do suporte dado ao corpo – banho, alimentação e vestimenta – os assistidos tivessem acesso a trabalho, lazer e boas escolas”, comentou Fabiany.
Porém, como os cerca de 30 voluntários que prestam serviços à organização não dão conta sozinhos de executar todo o conceito de cidadania e nem possuem a intenção de transformar a AMAS em uma entidade assistencialista, eles fazem o que podem para tentar reintegrar as pessoas beneficiadas à sociedade.
Além do apoio desses profissionais – psicólogos, farmacêuticos, enfermeiros, cabeleireiros e advogados –, para manter suas atividades, a associação conta com um repasse de verba da igreja (80% da receita da AMAS vem dos fiéis), e com doações de roupas, cestas básicas, móveis e utensílios domésticos.
Para o Pastor da Igreja São Mateus, Sérgio Paulo Martins, acolher o projeto AMAS equivale a cumprir um dos propósitos da Igreja Metodista, que é firmar compromisso com o bem-estar social, e não simplesmente se preocupar com o desenvolvimento espiritual dos fiéis. A igreja busca trabalhar o ser humano em sua totalidade bio-psico e social. Por isso, “a AMAS trata a alma através da cidadania; o espiritual, através dos cultos e o “bio”, através da alimentação”, destacou o pastor.
A AMAS fica localizada na Avenida Independência, n.º 1757, no bairro São Mateus, em Juiz de Fora-MG. O telefone de contato é (32) 3216-4141. Ajude a associação! Faça sua doação através da conta n.º 00058716-8, agência 1641/013, na Caixa Econômica Federal.
AMAS mudando histórias - Desempregado e sem ter onde morar, o pedreiro Jorge de Carvalho, de 64 anos, procurou a instituição em 1992. Neste ano, além de participar de cultos e do estudo do evangelho, ele ajudava a executar vários trabalhos desenvolvidos pela associação. Aos poucos, ele foi se entrosando com voluntários e assistidos da AMAS e conseguiu um quarto para dormir nas dependências da organização. Atualmente, ele leva a palavra de Jesus às pessoas e ajuda, assim, a dinamizar os projetos da associação.
Outro frequentador da AMAS é Wellington Washington Teixeira, que trabalha com serviços gerais e frequenta a organização há mais dez anos. Ele procurou a instituição porque ficou sabendo do jantar que era servido e dos ensinamentos de Jesus que eram pregados. O envolvimento de Wellington com os voluntários da AMAS foi tão grande que em 2010 estes conseguiram celebrar, junto com um pastor, o casamento do assistido dentro da igreja.