Publicado por José Geraldo Magalhães em Educação, Geral - 13/09/2013

Advento: expectativa pela chegada do Messias

"Glória a Deus nas maiores alturas do céu.
E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem". (Lucas 2.14)
No próximo domingo iniciaremos mais um ciclo litúrgico. O Advento, período no qual comemoramos o anúncio do nascimento e esperamos a chegada do menino Jesus. Esta esperança não é passiva, pois celebrar o advento requer atitudes e ações. É tempo de esperança, tempo de paz e tempo de preparar o coração e as emoções para os sentimentos que advêm da manjedoura.
Estamos refletindo neste período do advento os frutos que podemos colher como resultado do que fomos e do que fizemos ao longo do ano.
Tem pessoas que vão colher o fruto do amor porque foram amor e souberam amar, sobretudo nas horas difíceis da vida.
Tem gente que vai colher o fruto da solidariedade porque foram inúmeras as vezes que estenderam a mão para ajudar o desvalido.
Tem gente que vai colher o fruto doce da amizade porque plantou nos momentos de crise e conflitos a semente do companheirismo e da compreensão, mesmo sendo incompreendido e repreendido.
Tem gente que vai colher o fruto da compreensão, da empatia, da compaixão e da felicidade, pois foi ao longo do ano instrumento de paz, de tolerância e de convergência para muitas pessoas.
Tem gente que vai colher o fruto amargo da intolerância porque em diversas ocasiões foi impaciente, impiedoso e raivoso com as falhas dos outros e injusto nos julgamentos e nos comentários.
Tem gente que vai colher o fruto da inimizade porque foi inimigo, dissimulado e mentiroso.
Tem gente que não vai colher, pois a árvore secou ante o descaso, a insensibilidade e o desrespeito que caracterizou as atitudes ao longo do ano.
Mas todos colherão, com certeza, o fruto do amor de Deus, que é a mensagem salvadora e transformadora da manjedoura, onde o menino mostrou ao mundo que vale mais o ser do que o ter e possuir. O fruto do amor de Deus é acompanhado sempre da justiça divina, que se concretiza no viver diário da pessoa que tem consciência do valor e da dignidade da vida e atua na vida daqueles que com consciência agem com indignidade, mentira, dissimulação e violência.
Enquanto esperamos no período do advento podemos colher frutos, e que eles sejam doces ao nosso paladar, pois assim saberemos o que plantamos ao longo do ano.
Paz aos homens e mulheres de bem...
 
FRUTOS PARA O PERÍODO DO ADVENTO
Para cada semana do advento sugerimos um fruto do Espírito Santo como sinal da presença de Deus e da nossa disposição em atuarmos como protagonistas da história, mas com respeito e dignidade para com os outros. O natal não é uma festa do eu e sim para os outros que se inserem em nossas vivências.
Primeira semana do advento - Longanimidade
Longanimidade é a paciência para suportar as ofensas alheias ou o próprio sofrimento. Aparece poucas vezes na Bíblia e é raramente usada em nosso vocabulário. É á misericórdia divina com o pecador: "... é longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (I Pd 3.9)".
Junto da humildade e da mansidão, a longanimidade é um dos frutos dos cristãos dignos de sua vocação (Ef 4.1-2). Paulo a inclui na exortação para que os cristãos se revistam como eleitos de Deus, santos e amados (Cl 3.12). Os líderes da igreja devem exortar com toda a longanimidade ( II Tm 4.2).
Segunda semana do advento - Benignidade
Qualidade de quem é benigno, suave, brando, agradável. Disposição para fazer o bem e agir de forma complacente. "É usada para indicar tanto a atitude de Deus para com o seu povo, como a atitude do povo de Deus para com Ele."[i] Devemos nos revestir de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, quatro frutos do Espírito Santo (Co 3.12). O Salmo 136, num ato de louvor a Deus, apresenta esta expressão em todos os seus versículos.
Terceira semana do advento - Bondade
Bondade e benignidade são palavras sinônimas que indicam o caráter de Deus e os frutos que podem ser desenvolvidos na vida do cristão em seus relacionamentos. "Benignidade é uma questão de disposição e bondade refere-se a palavras e atos".[ii] O apóstolo Paulo compreendeu que os cristãos romanos possuíam a bondade para desenvolver o ministério da admoestação (Rm 15.14). A bondade e a longanimidade eram aspectos recomendados pelos apóstolos (II Co 6.6). A bondade é fruto da luz (Ef 5.9).
Quarta semana do advento - Fidelidade
Trata-se da lealdade, constância e firmeza nas afeições e nos sentimentos. É a fidelidade com Deus e com os compromissos. Jesus narra uma parábola em que o servo bom e fiel é recompensado (Mt 25.21). A fidelidade é uma característica dos que exercem dons e ministérios (I Co 4.2), como Timóteo (I Co 4.17), Tíquico (Ef 6.21) e Epafras (Cl 1.7.
Finalmente chega o natal e do contexto da manjedoura ouvimos: paz aos homens e mulheres de boa vontade, que vivenciam a longanimidade, a benignidade, a bondade e a fidelidade. Assim haverá paz...
Bispo Josué Adam Lazier - http://josue.lazier.blog.uol.com.br/

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