Publicado por José Geraldo Magalhães em Expositor Cristão, Administração - 10/07/2014

Administração financeira na Igreja

Fonte: Eni Domingues / 
Presidente da Comissão Geral de Constituição e Justiça (CGCJ) da Igreja Metodista
 
Este artigo objetiva apresentar, de forma sintética, a importância de uma administração financeira sustentada em princípios legais, éticos e morais, que resultam na aplicação sábia dos recursos financeiros entregues para sustento da casa de Deus e investimento no Seu Reino.
 
Nem sempre a má fé é a causa de deficiências administrativas e financeiras nas igrejas. O despreparo e desconhecimento de líderes ou de quem ocupa cargos administrativos é gritante. Geralmente, e quando há, a estrutura administrativa é formada por pessoas bem quistas no meio da comunidade, o que não significa que são as mais preparadas para ocuparem lugares como representantes legais de uma igreja, resultando na necessidade de qualificar esses/as irmãos/ãs que se colocam à disposição para servir.
 
Não é possível falarmos de administração eficiente sem nos atentarmos para a aplicação de alguns princípios norteadores da administração pública, que entendo serem plenamente aplicáveis à vida da igreja. São eles: 
 
O Princípio da Legalidade segundo o qual o/a administrador/a não pode agir contra a lei ou além da lei, só podendo agir nos estritos limites da lei, vale dizer, que o/a administrador/a não é o/a dono/a da igreja, mas ele/a submete-se à ditames legais previamente estabelecidos e bem delineados nas nossas normas internas de administração;
 
O Princípio da Moralidade onde o/a administrador/a, ao agir, deverá decidir não só entre o legal e o ilegal, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto, levando-se em conta o texto explicitado em Tiago 4.17 – Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado; 
 
O Princípio da Impessoalidade segundo o qual quem administra, deve fazê-lo visando o interesse comum, não sendo admitido o tratamento privilegiado aos/as amigos/as ou mesmo líderes e o tratamento diferenciado para aqueles que não lhe são gratos ou que não exercem nenhum tipo de liderança direta ou indireta. 
 
O Princípio da Publicidade que objetiva assegurar transparência na gestão, pois o/a administrador/a não é o/a dono/a dos recursos que ele/a cuida, sendo mero delegatário a gestão dos bens comuns, devendo possibilitar a todos o conhecimento pleno de suas condutas administrativas. É premente que quem administra tenha coragem de ser transparente e tenha um canal de comunicação aberto com a igreja, pois a transparência e a comunicação são indispensáveis nas instituições que levam a sério a administração, para que tudo seja tratado em concílio ou pelos órgãos que administram a igreja no seu interregno. Importante frisar que no pertinente à transparência, o controle é um fator relevante, pois permite checar se tudo está ocorrendo conforme o planejado e aprovado, além de apontar fraquezas e erros; 
 
O Princípio da Eficiência onde se espera em relação à forma de atuação do/a administrador/a que ele/a tenha o melhor desempenho possível em suas atribuições, a fim de obter melhores resultados e, quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar, exige-se que seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na execução de suas atividades. Para tal, quando falamos em planejamento, é necessário que as estratégias sejam consistentes com a realidade da igreja e traduzidas em planos de ação, que as consequências operacionais e financeiras desses planos, possam ser detalhadas para toda a comunidade e que os resultados possam ser monitorados pela igreja.
 
Concluindo, ressalto o exemplo de José no Egito (Gênesis 41. 37-52) que foi chamado para administrar um projeto que aparentemente era de Faraó. Porém, Deus o constitui administrador, visando modificar toda a história de um povo.
 
Na figura desse administrador, podemos identificar algumas características importantes para aqueles/as que são chamados/as para a missão. São elas: unção (v. 38), sabedoria (v. 39) autoridade (vs. 40/41), dedicação (v. 45), efi­ciência e eficácia (vs. 47/48) e reconhecimento da soberania de Deus (vs. 51/52). 
 

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