Publicado por Sara de Paula em Geral - 28/09/2016

A influência do metodismo na Reforma Social da Inglaterra no século 18


Artigo do pastor metodista e historiador Rev. Ducan Alexander Reily . 

 

Inegável é a ligação entre o Cristianismo do Novo Testamento e a ação social. Jesus uniu os grandes princípios do Velho Testamento num consórcio glorioso: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22.37-39). Nenhum homem poderá, impunemente, separar o que Jesus Cristo uniu. São Tiago, o apóstolo prático do Novo Testamento, considera as obras de caridade como a prova de fé viva em Cristo Jesus. Diz ele: “A fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”. (Tiago 2.17) Baseando-se neste ensinos cristalinos do Novo Testamento e na sua própria experiência cristã, João Wesley teve a convicção de que a verdadeira fé em Cristo resulta inevitavelmente em boas obras. Para ele, portanto, a chave da reforma social era a conversão dos indivíduos. Um pecador, tendo achado paz com Deus, viverá, em conseqüência, em paz com o seu próximo; amando a Deus, o pecador redimido amará e servirá a seu irmão. Conforme diz Maldwyn Edwards, “Ele achava que o indivíduo era responsável pelo bem estar social, e não o Estado. Era o dever e privilégio do rico ajudar o pobre, do entendido esclarecer o ignorante, do santo buscar o pecador. Ele colocava a sua inteira confiança no esforço pessoal e individual.” (Edwards, “After Wesley”, pg. 117) Nisto Wesley era filho do seu século, porque quase todos os reformadores sociais daquela época pensavam da mesma maneira.

 

É admirável o quanto Wesley conseguiu fazer diretamente. Ele empregou muito tempo e energia na Escola Kingswood e outras instituições de ensino. Atacou vigorosamente a escravatura, escrevendo a sua obra de grande influência “Pensamentos sobre a Escravidão” no ano de 1774. As suas obras filantrópicas em prol dos pobres e enfermos eram variadíssimas. Desejamos traçar a sua influência nestas coisas; mais a sua influência indireta, que foi maior ainda, não é fácil determinar. O Movimento Evangélico dentro da Igreja Anglicana foi grandemente influenciado pelo Reavivamento Wesleyano. Certos líderes Evangélicos estiveram intimamente ligados com os Wesleyanos; muitos outros receberam influência do movimento Metodista, mas não tão direta. Assim os Metodistas tiveram a sua parte no despertamento dos ministros anglicanos a seus deveres sociais, tanto que Betts diz: “Uma boa parte da reforma social e política devida ultimamente, em grande parte, à influência do Metodismo, foi realmente efetuada pelo Movimento Evangélico na Igreja Estabelecida e Dissenção (Denominações que se separam da Igreja Anglicana), em vez dos metodistas mesmos”. (Betts, “The Spirit of Methodism”. Pg. 215) Indicaremos, pois, algo desta influência de João Wesley e seus correligionários na Inglaterra, no Século XVIII, o século da sua fundação. É uma história gloriosa!

 

 

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