Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

A Escola Dominical ainda é necessária?

Em tempo de descartáveis, somos sempre instigados a substituir coisas. Para que um pen drive de 4 Gb se você pode ter um de 32 Gb? Para que um netbook se a gente pode ter um ipad? Para que uma Bíblia em papel se agora notebooks podem ser usados no púlpito? Talvez ao se deparar com este texto você pense que, no mínimo, quem o escreve não gosta de tecnologia, ou desconhece as facilidades promovidas por ela.

Em parte, preciso revelar que não dou conta da velocidade com que os avanços tecnológicos nos arrebatam, mas posso me considerar uma pessoa que lida bem e usufrui da tecnologia. O que quero então com essas perguntas iniciais? Apenas salientar que as inovações a que estamos expostos diariamente não perpassam apenas o mundo do trabalho, mas estão por toda a parte e vão deixando seu rastro, forjando novos caminhos, novos momentos e questionamentos.

Seria nova a pergunta “A Escola Dominical ainda é necessária?”. Acho que não. Talvez essa pergunta se faça e se refaça desde que surgiu o fax e o Atari.

Diante desta questão há tanto postada, muitas pessoas acionam seu anti-vírus e logo respondem taxativamente: é claro que sim! A Escola Dominical é necessária sim! Outras acreditam que a negativa a tal pergunta pode ser a notícia do surgimento de mais uma inovação, de mais um software e logo respondem que não: ela não é necessária. Está na hora de atualizar, de substituí-la por algo mais moderno.

Confesso a vocês que por muitas vezes me inclui no primeiro grupo, o do anti-vírus; mas resolvi investir um tempo e pensar nesta pergunta. Os mais afoitos diante dos meus questionamentos me sugeriram pesquisar no Google, afinal não é este o dicionário mais repleto da atualidade?

Resolvi acessar outros caminhos e percebi que a esta pergunta cabem as duas respostas: não e sim. Em tempos eleitorais, talvez essa afirmativa possa sugerir uma tendência política que não quer tomar partido, mas não se enganem.

Para que não pairem dúvidas, passo a explicar. Uma escola dominical não é mais necessária quando se quer apenas manter o tradicionalismo, preencher um horário, transformá-la num reduto de saudosismo, desconectado com a vida, com a atualidade. Nesse sentido, sou a primeira a afirmar que a Escola Dominical não é mesmo necessária.
O melhor é saber que ainda que possam existir algumas escolas dominicais assim, não é esse o modelo que impera, ao contrário, e ainda que existam escolas dominicais assim, elas podem e devem se transformar.

Quando penso que a Escola Dominical é fundamental para perpetuar a tradição, fortalecer a identidade, ser um espaço reservado e específico para a educação cristã; quando reconheço que ela é um instrumento para as pessoas questionarem os sistemas de dominação e morte que nos circundam e analisarem a vida à luz dos valores do Reino de Deus, das verdades do Evangelho, concluo que a Escola Dominical é necessária sim!

Em tempos líquidos e fugidios, a Escola Dominical se apresenta como um sólido e permanente espaço de reflexão. Em tempos onde se valoriza o novo e o imediatismo,  a Escola Dominical nos possibilita olhar para o passado, refletir sobre as experiências vividas e iluminar o presente, sem se fechar ao novo, ao sopro do santo Espírito de Deus, que nos anima e aninha.

Em tempos onde o individualismo e a solidão proliferam na mesma medida que as redes sociais são criadas, a Escola Dominical propicia um espaço de convivência, crescimento e fortalecimento de laços para nos ensinar que viver em comunidade é possível sem perder a individualidade.

Para tudo isso é que acredito que a Escola Dominical é necessária!

Com afeto,

Andreia Fernandes de Oliveira
Coordenação Nacional de Escola Dominical


Posts relacionados

Geral, por Sara de Paula

Um presente missionário

Os missionários e missionárias das regiões norte e nordeste do Brasil merecem receber presentes de ouro, incenso e mirra. Na verdade, não apenas merecem – precisam. A sua Igreja Metodista pode se comprometer nesse natal com esses(as) missionários(as), bispos eméritos e também viúvas de bispos que receberão o presente.

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães