Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral, Social, Pastoral do Combate ao Racismo, Destaques Nacionais - 30/04/2014

Pastoral da Igreja Metodista contra o pecado do Racismo

O racismo é herança do pensamento europeu, originado durante a colonização dos outros continentes e dominação de seus povos. Por meio desta visão, os europeus - cujo perfil físico é pessoa branca, olhos azuis, cabelos lisos e loiros - formariam o grupo superior, padrão de humanidade. Outros povos seriam inferiores, como ciganos, indianos, árabes, indígenas americanos, nativos australianos; e, no extremo desta escala, os povos africanos constituiriam o grupo humano mais inferior. 
 
Na Índia, o racismo é institucionalizado por meio do sistema de castas, que parte da concepão de que alguns grupos carregam hereditariamente a sua condição de inferioridade social, sem possibilidades de mudanças, como é o caso dos dalits, impedidos, assim, de quaisquer direitos e relações com pessoas de outras castas. 
Nós, brasileiros, herdamos a concepção ocidental de supervalorização dos povos europeus e norte-americanos, bem como de suas culturas: conhecimentos tecnológicos, filosóficos, científicos, artes, músicas, culinária, religiões... como nossa cultura. Porém, pela lente do racismo tem se desenvolvido olhares marcados por (pré)juízos sobre outros povos e suas culturas, vistos como diferentes, inferiores, exóticos, bárbaros, etc. 
 
Esta pastoral objetiva:
 
Levantar a discussão, estimular e contribuir para a reflexão sobre o tema do racismo e sua realidade no contexto brasileiro; promover ações proativas para a superação do preconceito e do racismo no contexto das igrejas locais; despertar a consciência crítica dos membros; fomentar a unidade do Corpo de Cristo na perspectiva de 
testemunhar os sinais da Graça.
 
Os africanos e seus descendentes formam o grupo que mais sofreu física, social e culturalmente a crueldade decorrente deste olhar. O racismo fundamentou o extermínio de povos africanos na África e de africanos na diáspora em todo o mundo, bem como, demonizou e expurgou suas culturas. O racismo é uma lente que deturpa a visão de humanidade, deturpa o olhar, ao dar diferentes valores a diferentes grupos humanos. Quem é o pior ou o melhor? Quem é o superior ou 
o inferior? A referência de Jesus coloca de ponta cabeça nossas referências, tomando como exemplo a criança, Ele demonstra que os “pequeninos”, os grupos humanos menos valorizados, os excluídos, os injustiçados estão no centro de Seu reino. E que a justiça social, racial está no centro do Seu evangelho. Nem sempre temos consciência do quanto olhamos as pessoas por meio desta lente desfocada/desajustada: por uma visão racista. Desde tenra idade, aprendemos ideias e atitudes racistas na família, na escola, na igreja, no grupo de amigos e outros círculos sociais. Por isso, nem sempre nos damos conta de o quanto o racismo se manifesta nas nossas conversas, brincadeiras, posturas, ações e decisões; e o quanto está presente nos discursos e ações institucionais.
 
Neste documento abordamos, de forma mais específica, o racismo antinegro, enfatizando que este é PECADO, força de morte. 
 
Promovendo a reflexão:
 
Procure colocar o tema a partir de sua perspectiva e realidade local: quais são as etnias que compõem sua igreja local? As pessoas de sua igreja conseguem perceber a existência de racismo em sua comunidade? Já desenvolveram um olhar crítico a respeito desta realidade?

 

ASSISTA AO VÍDEO SOBRE O PRONUNCIAMENTO OFICIAL DA IGREJA METODISTA

 

Carta Pastoral do Colégio Episcopal da Igreja Metodista. Racismo: abrindo os olhos para ver e o coração para acolher

 

Veja a Carta da Coordenação da Pastoral do Racismo da 1ª Região

 

A tradição wesleyana e a luta contra o racismo


Tags: racismo, pastoral, metodista


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