Publicado por Sara de Paula em Geral - 03/05/2017

Manifesto de apoio a Demarcação de Terras Indígenas

 

 

Manifesto de apoio a Demarcação de Terras Indígenas

 

 

Diante do desafio de buscar defender sua terra e sua cultura, os povos indígenas estão manifestando suas opiniões e exigindo o cumprimento de seus direitos. Seja através de manifestação em Brasília ou através do filme “Martírio”, em que Vincent Carelli faz relato da luta pela conquista da terra ou através de projetos sociais das Igrejas e órgãos de defesa dos direitos indígenas.

 

Os/as indígenas não são história passada, povo oprimido pelos colonizadores, nem povo aculturado. O/a nativo/a passou por mudanças culturais e sociais. Acompanhou o tempo. Perdeu e ganhou. Estava antes do Brasil Colônia, sobreviveu ao Império e chegou à República. Hoje, mais do que nunca, os povos indígenas amadureceram, passaram a crescer como população, conheceram seus direitos e passaram a exigir legalmente.

 

Demarcação de terras indígenas? Sim. Para o bem do futuro da humanidade. Se as terras não forem demarcadas, possivelmente não haverá áreas preservadas daqui a alguns anos. Por exemplo, em Rondônia as terras preservadas estão em áreas indígenas. A natureza clama por socorro, a terra, a água, a fauna e a flora, gemem por preservação, e se é possível através de demarcação, então assim será.

 

Os/as indígenas não devem ser considerados cidadãos/ãs órfãos/ãs, nem como “menores” sujeitos a tutela do Governo. O/a indígena é um ser humano, antes de tudo, e também brasileiro/a. A Constituição de 1988 reconheceu os povos indígenas: “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens” (Constituição, Título VII, capítulo VIII, Art. 231).

 

Considerando a manifestação das comunidades indígenas em todo o Brasil, a Igreja Metodista, vem através da Pastoral Indigenista, apoiar as manifestações, visto que somos uma Igreja em defesa da dignidade humana, que defende o valor da terra, da água e a vida humana, e tem uma voz profética de denúncia do pecado social.


Considerando que a Igreja Metodista reconhece que:


“Há necessidade de apoiar todas as iniciativas que preservem e valorizem a vida humana; Há necessidade de denunciar, por palavras e pela prática, todas as forças e instrumentos que oprimem e destroem a vida humana”

Plano Para a Vida e Missão da Igreja.

 

Considerando que, Cremos que “ao Senhor pertence a terra e a sua plenitude, o mundo e todos e todas que nele habitam” (Sl 24.1); por isso proclamamos que o pleno desenvolvimento humano, a verdadeira segurança e ordem sociais só se alcançam na medida em que todos os recursos técnicos e econômicos e os valores institucionais estão a serviço da dignidade humana na efetiva justiça social. “ (Credo Social da Igreja Metodista).

 

Juntamo-nos àqueles e àquelas que podem estar nas ruas e nas mídias, as quais fazem uma forma de manifestação, representando as dezenas de comunidades isoladas na Amazônia e por outros lugares de difícil acesso, mas que também necessitam do cumprimento de seus direitos.

 

Apoiamos as manifestações que exigem as demarcações das terras indígenas.

 

Pr. João Coimbra
Pastoral Indígena da Igreja Metodista

 

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